Né Barros estreia “Distante” no Teatro Rivoli

A coreógrafa Né Barros estreia o espetáculo “Distante – Paisagens, Máquinas, Animais” no Teatro Rivoli, dias 17 e 18 de Fevereiro, às 19h30. A terceira peça da série “Paisagens, Máquinas, Animais” – que se iniciou com “IO” (2019) e prosseguiu com “NEVE” (2022) – conta com música de Alexandre Soares e cenografia de FAHR 021.3.

Os bailarinos Afonso Cunha, Beatriz Valentim, Bruno Senune e Vivien Ingrams são jogadores, convocam técnicas e estética de uma forma de combate milenar, a esgrima – uma forma de combate que evoluiu para a dimensão de jogo e como forma evoluída de relação corpo a corpo. “O corpo-máquina deverá ser capaz de moldar o instinto e dar-lhe uma nova vida ética. A máquina, neste sentido, é a possibilidade de através da técnica e do tecnológico, expandir o corpo e o lugar sem o territorializar, quase numa mensagem antiguerra”, explica Né Barros que, considera, a trilogia “uma aventura ficcional que deve resultar num diálogo inter-peças e intra-peça”.

Em “Paisagens, Máquinas e Animais”, os conceitos evidenciam três pontos de fuga na definição do humano e, simultaneamente, abrem-se como categorias para pensar o corpo performático. Em todas as peças, estas dimensões estão presentes e cruzem-se, embora, o ponto de partida para cada uma se situe, respetivamente, em cada uma das dimensões. Se em “IO” o corpo convoca o animal e o mitológico, o primitivo e o tecnológico, em “Neve”, emerge a paisagem nas suas variantes, ou seja, paisagem como o fora, o exterior, o indivíduo como paisagem inteligente, a paisagem emotiva e sonora, a imagem filmada como paisagem narrativa. Em “Distante”, parte-se da ideia de um corpo-máquina que permite trabalhar no paradoxo do distante-próximo e que parte da técnica como ferramenta fundamental de humanização.

 

Photo: Pedro Figueiredo

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