Mulheres que Fazem Barulho em concerto no Festival MIMO

Não podia encerrar de melhor forma a exposição Mulheres que Fazem Barulho, patente desde 8 de março, Dia da Mulher, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto.

Depois da realização de palestras, workshops, ciclos de cinema e concertos, no sábado, 24 de setembro, às 19h30, no Pátio do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), algumas das 16 mulheres homenageadas sobem agora ao palco, afinam os instrumentos e erguem a voz em conjunto para um concerto inédito e gratuito, integrado no Festival MIMO.

 

A exposição das Mulheres que Fazem Barulho está muito bonita”, dizia Ana Deus, “mas faltava o barulho!”. Começou por ser uma ideia tímida, com sabor a desejo quase proibido até que uma noite, de peito feito à bala, alguém atira o desejo em voz alta. Neste caso, foi Ana Deus, depois de uma performance musical e poética com Marta Abreu, na Casa Comum.  “E se voltássemos todas ao palco?”. Foi quando percebeu que, afinal, o desejo até era partilhado. Com a possibilidade de integrar o concerto no Festival MIMO, o improvável vai mesmo acontecer.

 

Em palco, no sábado, dia 24 de setembro, ao final da tarde, abram alas para: Ana Deus & Marta Abreu; Lena d’Água, Francisca Cortesão & Mariana Ricardo; Anabela Duarte & Vera Prokic; Sandra Baptista, Mitó Mendes & Carolina Brandão. Desdobrando-se em duos e trios, elas revisitarão os seus repertórios e trarão barulhos novos para a cena musical nacional.

É pela palavra dita que começamos. Com poemas de Natália Correia, Adelaide Monteiro, Judite Teixeira e Maria Teresa Horta, pela voz de Ana Deus e com ambiente plástico e sonoro de Marta Abreu. Esta será também uma oportunidade, acrescenta Ana Deus, para que o público possa “ver e ouvir o que cada uma está a fazer de novo”.

Segue-se o regresso (porque tinham deixado de tocar) de Mitó Mendes e Sandra Baptista (projeto Senõritas) agora também com Carolina Brandão (dos Sunflowers) na bateria.

Foi voz e imagem exuberante dos Mler Ife Dada, uma das bandas pop mais amadas nos anos 1980 portugueses, mas nem todos conhecem a vertente lírica de Anabela Duarte que, no sábado, se vai fazer acompanhar da pianista Vera Prokic.

Lena d’Água também não vem sozinha. Traz consigo dois dos elementos da sua banda (Francisca Cortesão e Mariana Ricardo) para oferecer “Desalmadamente”, o primeiro álbum de originais, em 30 anos, certamente com uma nova roupagem.

No final, espera-se que todas se juntem em palco para encerrar um concerto que revisita, mas também renova e transforma aqueles que são os capítulos fundamentais da história do rock português, escritos no feminino.

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