MEO Marés Vivas… ‘Girl Power’ a fechar o Festival

O terceiro e último dia do Festival MEO Marés Vivas esteve reservado às mulheres. Das 4 bandas no palco principal, 3 eram de vozes femininas e a única masculina tocou especialmente para … elas!

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O terceiro dia do MEO Marés Vivas traz ao palco MEO LP. A nova iorquina traz na bagagem uma enorme vontade de se apresentar ao público nacional mais distraido.

Muitos dos presentes desconhecem-na. Contudo, a sonoridade Indie Rock de Laura Pergolizzi rapidamente capta a atenção dos fãs de Portishead ou até mesmo Sinead O’ Connor.

Com uma postura tímida, traz na voz um grande trunfo. Por detrás de um par de óculos redondos espelhados, solta-se assim que enverga a sua viola acústica amplificada.

37 anos de puro talento, escondidos num anonimato incompreensível. Com certeza que os mais atentos conhecerão “Lost In You”, “When We’re Hih“ou “Other People” que não deixaram de marcar presença neste novo espaço, repleto de beleza natural.

Vila Nova de Gaia, Afurada, por do sol e LP… a melhor forma de aproveitar o que de melhor a vida tem para nos oferecer.

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Esqueçam tudo o que já aqui foi dito e tudo o que ouvira e leram sobre o MEO Marés Vivas 2018. Está escolhida a figura do festival, Joss Stone é o nome a reter. Não só pela figura, mas pela simpatia e qualidade enquanto cantora (músico).

Descalça, como é hábito, envergando o seu típico sorriso, esteve (pegando nas palavra de Carolina Deslandes) em casa. Todos nos sentimos acolhidos, acarinhados e confortados por Joss Stone.

O soul britânico de Jocelyn Stone é contagiante e faz qualquer um ter desejado chegar mais cedo para guardar lugar na primeira fila. Foi o único artista que se dirigiu à plateia e que trocou “mimos” com os fãs pela segunda vez, depois de LP ter tido a mesma atitude para com os presentes.

O melhor concerto de 2018 (versão Marés Vivas) pecou pela duração. Quaisquer 3 ou 4 horas a ouvir a cristalina voz e a sentir o carinho acolhedor de Joss Stone seriam sempre … pouco!

Pesoalmente, considero que a britânica deveria ser presença assídua em todas as futuras edições do MEO Marés Vivas.

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A terceira atuação feminina da noite estava reservada para Rita Ora. Contrariando o próprio nome, acabou por chegar atrasada dando mote à piada fácil “Oh Rita, olha a (h)Ora!” Algo que não jogou muito a favor da cantor.

Mas tudo acabou por ser esquecido assim que a “Britânica do Kosovo” ter pisado o palco. Com um grandioso espetáculo de luz e cor, Rita Ora convence os milhares de fãs que se amontoam junto ao gradeamento. Lembramos que, anteriormente, Joss Stone tinha interagido com o público de um a forma única e impunha-se a Rita Ora que não desiludisse.

Cantou, encantou e pôs a cantar. Desceu para junto dos seus maiores fãs onde partilhou alguns momentos que serão certamente inesquecíveis. Por falar nisso, o momento da noite foi protagonizado por um jovem da Maia. Pedro Leitão, não só teve a oportunidade de falar diretamente com Rita Ora, como pegou no microfone e cantou para ela.

O tema escolhido foi o “Listen” de Beyoncé, mas foi o suficiente de, acapella, cantar para um ídolo e outros tantos milhares que partilharam aquele momento com o maiato. Foi o suficiente para quase colocar Rita Ora a chorar, segundo palavras da própria.

Haverá forma melhor de demonstrar o quanto o público é importante para si e para o seu sucesso, bem como desculpar-se pelo atraso da (h)Ora?

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A noite foi longa e os D.A.M.A. tiveram de puxar pelos galões, dois anos depois da última vez que pisaram o palco do MEO Marés Vivas. 2 anos dá para muita coisa, incluindo o lançamento de um novo disco “Lado a Lado”.

A única banda masculina a aturar no palco principal da 12ª edição do festival MEO Marés Vivas que, segundo a própria organização, atingiu um patamar de projeção internacional que não dá para ignorar. Este ano foi um ano de experiência com um novo recinto, 4 vezes maior que o do ano anterior, e nem por isso se sentiu diminuição na afluência, antes pelo contrário.

Os D.A.M.A. puderam comprovar essa diferença de público. Em 2016 atearam ainda no Cabedelo (como chamavam ao local que acolhia o festival, embora o verdadeiro Cabedelo seja onde se instalaram os palcos nesta edição de 2018). Foram grandes, deram calor e carinho, principalmente ao público mais jovem.

2018 não fugiu do que é já habitual. Mais maduros e com um enorme sentido de responsabilidade social, uma vez que os mais jovens tendem seguir os seus ídolos, apelaram ao “bom senso” e à verdadeira importância do amor e da amizade. Não, os D.A.M.A. não fizeram nenhum discurso (falado). Contudo, as músicas que tocam os corações dos fãs transmitem estes valores e é neles que devemos confiar.

Do primeiro ao último minuto não houve descanso. Um palco repleto de luz serviu de ligação entre todos. Não somente os elementos principais da banda, todos os músicos que os acompanham estiveram ao melhor nível.

 

Não podem agradar a “gregos e a troianos”, mas por cada pai que não goste de D.A.M.A. está uma filha (ou filho) repleta de felicidade pela realização de um sonho. Obrigado D.A.M.A. por, mais uma vez, cumprir bem a difícil tarefa de encerrarem mais uma edição do MEO Marés Vivas.

Até ao 3º fim de semana de Julho, já em 2019!

 

Reportagem e Fotografias: Nuno Machado

 

 

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