Já está nas livrarias o 21º livro da “Coleção Essencial – Livros RTP”: trata-se de “Se Isto é um Homem”, de Primo Levi, uma das mais lúcidas e impressionantes visões dos campos de extermínio nazis. O livro conta com prefácio de Fernando Pinto do Amaral
Espero sinceramente que a leitura deste livro — reavivando memórias difíceis, quase insuportáveis — sirva para nos libertarmos desse medo e desse ódio. Para que a «pequenina luz bruxuleante» de que falava Jorge de Sena possa brilhar no lugar mais recôndito das nossas consciências, partilhando um planeta onde outros Auschwitz não voltem a acontecer nunca mais. Nunca mais. (Fernando Pinto do Amaral, prefácio)
As personagens destas páginas não são homens. A sua humanidade está sepultada, ou eles mesmos a sepultaram, debaixo da ofensa que sofreram ou que infligiram a outrem. Os SS maus e estúpidos, os Kapos, os políticos, os criminosos, os proeminentes grandes e pequenos, até os Häftlinge indiferenciados e escravos, todos os degraus da insana hierarquia criada pelos alemães, estão paradoxalmente unidos numa única desolação interior. (Primo Levi, Se Isto é um Homem)
Na noite de 13 de Dezembro de 1943, Primo Levi, um jovem químico membro da resistência, é detido pelas forças alemãs. Tendo confessado a sua ascendência judaica, é deportado para Auschwitz em Fevereiro do ano seguinte; aí permanecerá até finais de Janeiro de 1945, quando o campo é finalmente libertado. Da experiência no campo nasce o escritor que neste livro relata, sem nunca ceder à tentação do melodrama e mantendo-se sempre dentro dos limites da mais rigorosa objectividade, a vida no Lager e a luta pela sobrevivência num meio em que o homem já nada conta. Se Isto é um Homem tornou-se rapidamente um clássico da literatura italiana e é, sem qualquer dúvida, um dos livros mais importantes da vastíssima produção literária sobre as perseguições nazis aos judeus.