Lina e Raül Refree apresentam uma reinterpretação do fado

Lina e Raül Refree, dois músicos incríveis que criaram uma intensa e profunda relação musical. O fado reinventado e reorquestrado a meias por uma fadista excecional e pelo catalão Raül Refree, atualmente um dos melhores produtores de Espanha.

 

Raül Refree descobriu a voz de Lina no Clube de Fado e daí até ao estúdio foi um passo. Rodeado de sintetizadores vintage, de Moogs e Arps, de Oberheims e Rolands, mas também com o piano muito perto, Raül emoldurou a voz de Lina em névoa analógica, deixando as guitarras do fado na nossa imaginação, mas retendo toda a força de uma garganta carregada de verdade.

 

Lina mostrou-se à altura do desafio. Estudante atenta da obra de Amália, escolheu uma série de pérolas do reportório da Diva com o intuito de as usar como base de comunicação. Como se este projeto nascesse de uma busca do assombro, da essência.

Em temas como “Barco Negro” ou “Foi Deus”, “Ave Maria Fadista”, “Medo” ou “Gaivota”, qualquer um deles um monumento maior da memória do fado, Lina mostra-se artista completa, verdadeira e de um talento capaz de nos assombrar a todos. As suas interpretações são sobretudo humanas, emocionantes, preferindo arrancar as palavras ao coração do que moldá-las com a técnica que também estudou.

Essa entrega oferece uma outra luz ao fado nos arranjos que Raül Refree lhe preparou. Sem truques ou filtros, mas com arte e com uma abordagem nunca antes tentada vestindo o fado com uma inédita roupagem electrónica que ao invés do o desvirtuar só lhe reforça a condição universal.

O disco “Lina_Raül Refree” foi distinguido em 2021 com o Prémio Carlos do Carmo, criado pela SPA este ano como forma de homenagem ao intérprete.

 

22 de novembro – Teatro Maria Matos / Lisboa

 

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