Krake e Adolfo Luxúria em histórias partilhadas ao vivo

Na primeira curadoria de 2020 da Basqueiro – Associação Cultural, Krake (peixe:avião e Dear Telephone) junta-se a Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta) numa viagem pós apocalíptica que une o som negro e experimental à voz cavernosa e soturna.

 

Krake, alter-ego de Pedro Oliveira, procurava colaborações com outros músicos e Adolfo Luxúria Canibal destacou-se como a opção óbvia, tendo inclusive histórias já escritas, para o projeto que apresentam agora em Santa Maria da Feira juntando a voz invernosa e criativa de um aos talentos rítmicos do outro. Seguindo a onda da experimentação que sempre os guia, som e imagem misturam-se num cenário pintado em tons de cinza. As expressões, movimentos e entoação de Adolfo Luxúria Canibal são suportadas pelo toque da bateria, e outras ferramentas, de Krake.

 

O espetáculo homónimo é uma peça musical de partilha de palco inusitada com raras mas intensas aparições do vocalista dos históricos Mão Morta e do percussionista bracarense que integra projetos como Dear Telephone e peixe:avião. Há mistério no processo que transforma a bateria numa orquestra e as histórias em trechos de filmes empolgantes.

São histórias de gente comum, onde cabem dramas de amor e saudade, curiosos falhanços e antifascistas em missões arriscadas, com Adolfo Luxúria Canibal a dar corpo às personagens, extravasando o papel de narrador e exaltando cada pormenor, enriquecendo o tema sem se dispersar.

 

Uma narrativa cheia de desvios que chega sempre ao cerne da questão e ao clímax de cada história. Dia 29 de janeiro no Cineteatro António Lamoso

 

photo: Vera Marmelo

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