Julien Argüelles e Orquestra de Jazz de Espinho ao vivo

O Auditório de Espinho – Academia e o Teatro Diogo Bernardes, em Ponte de Lima, recebem as duas únicas oportunidades de assistir ao concerto “A Northern Wind”, que junta Julian Argüelles (saxofone) e a Orquestra de Jazz de Espinho, com direcção musical de Daniel Dias e de Paulo Perfeito, uma vez que este espectáculo apenas poderá ser apreciado em Ponte de Lima a 20 de Outubro e em Espinho no dia anterior, 19 de Outubro., oportunidades únicas para apreciar um dos melhores saxofonistas contemporâneos.

 

O que tem em comum as orquestras de Kenny Wheeler, Django Bates e Carla Bley? Para alem de terem deixado uma marca indelével na história do jazz moderno, todas elas contaram com a sonoridade marcante do saxofonista britânico Julian Argüelles. No entanto, as competências de Julian vão muito para além de ser virtuoso como instrumentista e improvisador e no concerto com a Orquestra de Jazz de Espinho iremos escutar algumas das obras que o consagram como um dos mais notáveis compositores de jazz contemporâneos.

Julian Argüelles nasceu em Birmingham, em 1966, e aos 18 anos mudou-se para Londres, onde foi rapidamente reconhecido como um músico criativo e original. Aos 20 anos integrou a prestigiada banda inglesa Loose Tubes. Tocou em gravações e digressões por todo o mundo com músicos de renome internacional como Hermeto Pascoal, Dave Holland, Django Bates, John Scofield, Kenny Wheeler, John Abercrombie, Bill Frisell e John Taylor. Lidera os seus próprios grupos e gravou mais de uma dezena de discos como líder. Estas gravações e as suas composições conquistaram variados prémios prestigiantes. Em 2004, Julian Argüelles mudou-se para a Escócia e em 2012 ganhou o prémio de Melhor Instrumentista nos Scottish Jazz Awards. De acordo com o Jazz Composers Forum, “a música de Julian Arguëlles é uma autêntica digressão pelos estilos e texturas mais diversos, partindo do jazz e incorporando frequentemente elementos da música pop e de dança ou das músicas do mundo. A sofisticação é o traço mais distintivo das suas composições, marcadas não só pelo lirismo como também pelas mais inesperadas inflexões melódicas. Tornou-se uma das figuras-chave do jazz britânico das últimas décadas, tanto no formato de pequena banda como em orquestras, ou ainda em gravações a solo em que cria paisagens sonoras inusitadas com sobreposições de variados instrumentos de sopro.

Vem de longe a ligação de Julian Argüelles aos grandes ensembles. A enorme originalidade e forte personalidade de Julian Argüelles enquanto compositor tem sido pretexto para encomendas de outros agrupamentos como a NDR Big Band (Hamburgo), o Apollo Saxophone Quartet, o Fontanella Recorder Consort e a Scottish National Jazz Orchestra.

O primeiro trabalho discográfico do saxofonista surgiu em 1990, em quarteto, e foi um sinal importante de que se estava perante um músico de excepção, mais não fosse por contar com o pianista consagrado John Taylor. Desde cedo, também, passou a ser presença assídua nos palcos do nosso país, participando no primeiro disco a solo de Mário Laginha, em 1994, e colaborando com este de forma recorrente. A partir de 1995, e durante três anos consecutivos, todos os CDs de Argüelles foram eleitos “CD do Ano” pela publicação Independent On Sunday.

Julian Argüelles procura manter uma actividade intensa como professor: ensina na Royal Academy of Music e no Trinity College of Music, em Londres e no Royal Northern College of Music, em Manchester. O seu Octeto é Ensemble em Residência na Universidade de York.

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