Festival Santa Casa Alfama’18 com novidades

Nos dias 28 e 29 de setembro, o Santa Casa Alfama conta com uma série de ingredientes que prometem fazer desta edição uma das melhores de sempre! São mais de 40 concertos em 12 palcos, como sempre, no coração do bairro de Alfama. Com o cartaz quase completo, ainda há tempo para mais surpresas, propostas absolutamente surpreendentes e que provam que o fado pode ser várias coisas ao mesmo tempo, sem nunca perder aquilo que é essencial.

As propostas para o Palco EDP, instalado no Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, são bons exemplos dessa versatilidade: dia 28, este palco vai receber o projecto “+351 FADO”, os fados de João Gil e João Monge (com a vozes de Ana Margarida e Duarte Coxo), e também Paulo Bragança; dia 29, é a vez de João Pedro Pais e Sandra Correia.

“+351 FADO” é o indicativo da cumplicidade musical que existe entre João Monge e João Gil desde que se conheceram. Neste projeto, que nasce do desafio proposto pelo próprio Santa Casa Alfama, João Monge e João Gil fazem uma síntese das suas composições conjuntas e com raízes mais fadistas. Conheceram-se na década de 70 e, desde os primórdios do Trovante até hoje, conseguiram criar universos diferentes entre si, histórias e personagens que ganham vida própria nas canções desta dupla.

Ana Margarida e Duarte Coxo dão voz aos temas de “+351 FADO” e os instrumentos ficam a cargo de Ivo Costa (percussão), João Gil (guitarra acústica), José Conde (clarinete) e Pedro Amendoeira (guitarra portuguesa). E é com esta formação que “+351 FADO” promete trazer uma nova sonoridade à canção de Portugal, recuperando fados originalmente compostos para grupos como “Do Sol à Lua”, “Ala dos Namorados”, “Fados de Amor e Pecado” ou “Quinteto Lisboa”. João Gil deixa o convite: “Cá estamos de novo com o desejo de juntar as peças deste nosso pequeno mundo do Fado. Fácil de entender e fácil de ligar Portugal ao Mundo: + 351 Fado”.

Paulo Bragança começou a sua carreira em 1986 e grava o primeiro disco em 1992: “Notas sobre a Alma“. Apelidado pela imprensa internacional como “fadista punk”, Paulo Bragança foi uma das caras mais identificativas de uma nova fase da história do Fado. Após este sucesso, viveu em absoluta e austera reclusão durante quatro anos. Pensar o pensamento era a rotina exaustiva diária desses tempos. E depois de seis anos sem ter qualquer contacto com Portugal, regressa agora cheio de ideias e com vontade de retomar a sua carreira, com a ajuda de de Carlos Maria Trindade, seu editor e amigo de sempre. O novo disco, “Cativo”, saiu em 2018 e mostra um Paulo Bragança diferente, mas com a mesma vontade de experimentar e de arriscar dentro do fado. Depois de um concerto inesquecível na última edição do Santa Casa Alfama, o fadista regressa ao festival para atuar no dia 28 de setembro no Palco EDP, instalado no C.C. Dr. Magalhães Lima.

Com uma carreira artística de 2 décadas, centenas de concertos, e cerca de 420 mil discos vendidos, João Pedro Pais é hoje um dos artistas mais acarinhados pelo público português. Em 1997 lançou seu primeiro álbum de originais. “Segredos” logo se revelou um campeão de vendas, graças a temas tão marcantes como “Ninguém (é de ninguém)” ou “Louco (por ti)”. O segundo disco, “Outra Vez”, editado em 1999, confirmou as melhores expectativas deixadas pelo álbum de estreia, oferecendo mais alguns clássicos para o pop-rock português. Depois deste início arrebatador, o músico tem colocado o seu talento ao serviço do público português ao longo de uma carreira com mais de vinte anos… Em 2017, exatamente vinte anos depois do seu primeiro álbum, João Pedro Pais editou um registo comemorativo com alguns dos seus melhores singles e também com dois originais – “Faz Tempo” e “És do Mundo” foram sucessos imediatos. No Santa Caixa Alfama, dia 29 de setembro, o público vai poder ver e ouvir um João Pedro Pais a aventurar-se no Fado. Sempre fiel a si próprio, como não poderia deixar de ser, o músico também vai cantar fados com os seus arranjos e à sua maneira.

 

Por último, Sandra Correia. A primeira vez que a ouvimos ficamos “incomodados”. Não sabemos bem o que estamos a sentir, que força é aquela que nos leva às lágrimas e que nos toca tão fundo… Apenas sabemos que queremos repetir a experiência. “O seu timbre é uma espécie de melopeia vocal agridoce, onde cada melisma se encaixa na perfeição em cada palavra cantada, traduzindo as intenções do poeta.” Todas essas qualidades refletem-se numa carreira que não tem parado de crescer. “Aqui Existo” é o terceiro álbum de Sandra Correia. É um disco de originais, composto por fados inéditos, de estrutura tradicional, e outros temas acompanhados por um trio de fado, ensemble de cordas e convidados de outras áreas musicais. Neste registo, Sandra Correia junta autores que têm composto e escrito para trabalhos seus, temas com os quais se identifica e onde “sente que existe”. E esta existência vai iluminar todas as outras existências que passarem pelo Palco EDP do Santa Casa Alfama, no dia 29 de setembro.

 

O já tradicional Fado à Janela regressa ao Largo de São Miguel, para encher de Fado as ruas e ruelas de Alfama. Jorge Silva, Gilberto Silva e José Manuel Rodrigues terão nas suas mãos uma Guitarra Portuguesa, uma Viola e um Baixo, respetivamente.

 

 

 

 

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