Festival para gente sentada… Cinema em boa companhia

O segundo dia do Festival para gente sentada arrancou novamente na zona histórica da cidade de Braga. Se na noite anterior a electrónica dos Holy Nothing fechou o dia, foi com a electrónica desconstruída dos Ermo o início do segundo dia, como um “CTR C CTR V”, a música dos ermo destabilizou um final de tarde na cidade de braga.

Ocultos, transmitiram as canções do seu mais recente disco, “Lo-fi Moda”, para uma plateia bastante composta, e onde a electrónica pop, rompedor e impactante, adopta o modelo da canção enquanto ponto de partida para um discurso inventivo. Segundo os próprios Ermo, o novo álbum retrata o comportamento humano, engolido pelo mundo digital.

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Regressamos ao início da noite ao Theatro Circo onde nos esperava um filme. Sim é verdade… os Capitão Fausto traziam algumas “Pontas soltas” e partilharam essas soltas com o público. No grande ecrã do Theatro Circo, fomos brindamos com o ‘making off’ em versão documentário, realizado por Ricardo Oliveira, que registou os devaneios da gravação do terceiro disco de originais da banda. Intercalando com o filme, a banda trazia a palco 2 temas em momentos mais marcantes do filme. Original é obviamente para gente sentada, a banda acabou por passar em revista na integra o disco de 2016. Como a fechar… e sem os dias contados Alvalade chama por mim.

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Singela, Julien Baker entra em palco com a sua voz jovial encantando a plateia logo nos primeiros acordes. Sozinha, acompanhada por alguns acordes, destaca de uma forma subtil a sua voz inocente e cândida.

Tímida mas encantada com a sala do teatro circo, Julien Baker transmitiu sentimentos e harmonia de uma forma simples e concisa. “Turn Out the Lights” era o disco que dava a conhecer depois da sua passagem em 2015 pelo NOS Primavera Sound. Como um diamante em bruto da canção norte-americana, a artista de Memphis terminou o concerto ao piano numa segunda parte emotiva deixando parte do público envolvido pelas suas emoções.

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Entretanto no gnration Luis Severo esperava ao piano para apresentar as canções do disco homónimo de 2017 mas também os intemporais temas de “Cara de Anjo”. Ao piano, Severo percorreu os melhores temas destes dois discos em modo continuo. O público, em pé, envolvia-se na “boa companhia” da voz do Luis. Sentado ao piano, o cantautor marcou sem dúvida a segunda noite do festival. A fechar e à viola, traz 3 canções, fechando com tema de 2015 “Ainda é cedo

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A fechar a noite no gnration, e em pé, Moullinex surge com “Hypersex”. Energia caótica, ritmos ultra dançáveis, amor, rebeldia e muito funky… foram as bases da receita de Hypersexx, sempre servidas pela irreverência de Ghettoven. “Hypersex” revela-se mais uma vez como um carta de amor colectiva à Club Culture.
Quem disse que isto era um Festival para Gente Sentada?” apelava Moullinex, incentivando o público a dançar… e a dançar se fechou a edição de 2017 do Festival para gente sentada.

Foi o regresso a Braga do Festival onde as duas noites primaram pela escolha das propostas musicais e pela ampla participação do público.

 

Fotografias e Reportagem: Paulo Homem de Melo
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