“Etéreo e sem fios a custo zero – 9 temas para colagem digital” dos Dragão Inkomodo

Dragão Inkomodo é filho dos tempos dos híper-modernismos, dos aceleracionismos, dos perspectivismos e de outros “ismos” que, na verdade, não dizem grande coisa a não ser que teremos entrado num vórtice em que a transição cumulativa se assume como estado permanente. 26 lançamentos depois do primeiro em 2015, Dragão Inkomodo lança o seu terceiro longa duração pela ZABRA Records: “Etéreo e sem fins a custo zero – 9 temas para colagem digital”.

Continua a abrasividade, nos tons e nos ritmos, já explorada no passado, mas acrescenta-se o que parece ser uma nova noção de estrutura, ainda mais livre e em contínuo questionamento da própria possibilidade de estrutura. Algumas variações súbitas e tudo pode ser um beat ou um break, com a diferença entre som e música a ser inteiramente contextual.

A matéria sintética pós-digital com que tudo isto se reveste diz-nos uma coisa aparentemente simples, mas que tardamos a reconhecer: já não há fronteiras definidas e muito menos há centros. Tudo é hibridez e fusão. Dragão Inkomodo é filho da modernidade, mas é um filho ilegítimo que a apropria para a voltar a oferecer com novos contornos

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