Entre castanholas e gongos… eis Mr. Rui Reininho…

Falar de Rui Reininho é falar obrigatoriamente da música Portuguesa dos últimos 40 anos… Durante anos Reininho era a imagem dos GNR, a sua banda de sempre e que nuca o desviou do seu caminho musical. O seu primeiro disco a solo editado em 2008 não fugia muito daquilo que apresentava juntamente com os seus companheiros de vida.

Mas Rui Reininho é muito mais que o pop rock dos GNR. Rui Reininho é um artista no verdadeiro sentido da palavra. A pandemia fez reavivar esse desejo do artista com a cumplicidade de Paulo Borges.
20.000 éguas submarinas” é o resultado de uma aventura música construída no universo espiritual de Reininho bebendo nas fábulas de Julio Verne a inspiração caótica dos temas apresentados.
Longe do registo que habituou a sua legião de fãs ao longo dos anos, Reininho surgiu este sábado, em palco, no Auditório de Espinho, rodeado de um conjunto de objectos sonoros das mais diversas origens.
Acompanhado por um conjunto de excelentes músicos, desde o cúmplice Paulo Borges, passando pelo venho companheiro, e amigo como referiru Alexandre Santos e bifurcando no saxofone de Julius Gabriel, as canções de “20.000 éguas submarinas” desfilam de modo desorganizado, caótico, e até perdidas, como o caso dos óculos deixados no automóvel de Reininho.

Longe dos standards do artista, Reininho desponta a sua faceta de músico em palco alternado os ritmos entre castanholas, congas portáteis e gongos que ganham vida da performace do artista, sem deixar de lado as suas pitadas de humor corrosivo.
Rendido a novas variações sonoras, deixa-se entusiasmar pelas variações vocais que as caixas de ritmos lhe conferem juntando-se a uma sonoridade que ora industrial, ora urbana ou até campestre, envolve as canções, os poemas e as letras que são apresentadas em palco.
Talvez seja o melhor concerto de sempre de Rui Reininho, curto e eficaz e abrir o apetite para novas aventuras musicais do Mr. Rui Reininho.

Reportagem e Fotografias: Paulo Homem de Melo

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