Entre amores e traições… Marlon Williams encontra o seu espaço

Em noite de Festival Para Gente Sentada no Theatro Circo, Marlon Williams era a segunda aposta do festival para o espaço. Era o regresso a Portugal depois da passagem em Agosto pelo Vodafone Paredes de Coura.

Já muito se falou de Marlon Williams, que é conhecido pelo Elvis de Lyttleton ou Roy Orbison de Christchurch, ou então como ficou provado no Vodafone Paredes de Coura, o neo zelandês que parte corações, mas Marlon é muito mais do que se escreveu até agora e muito mais do que apresentou em Agosto.

Longe da timidez do palco maior de Paredes de Coura, Marlon encontrou no Theatro Circo o seu espaço. Longe do simpático neo-zelandez de coração partido, encontramos um simpático músico com uma capacidade de ao longo de 60 minutos trazer em palco uma mescla de sentidos expressos por canções que revisitam o country, a soul, o folk e até algumas pinceladas de surf rock, carregando narrativas rodeadas por atmosferas indie numa harmonia plena com o público. Nada que não se estivesse à espera, mas Marlon superou essas expectativas e por momentos as baladas românticas de Roy Orbison encontraram reflexo em palco.

 

Marlon Williams apresentou em palco as canções de “Make Way for Love”, o seu mais recente e segundo álbum, onde canta de coração partido assente no relato sincero e dramático sobre o fim de uma relação amorosa com a cantora Aldous Harding, e todos os sentimentos que daí surgiram até a gravação do mesmo. Mas Marlon é muitos mais, recuperando alguns temas do disco homónimo com uma vertente mais ‘alt-americana’ como no tema “Hello Miss Lonesome”, provavelmente daí a alcunha de Roy Orbison de Christchurch. Relações sentidas, relações partidas ou relações futuras, tudo passa pela mente de Williams referindo-se à questão de um dia ter filhos entre outras.

Uma viagem na qual navegou por diferentes emoções, desde o desejo em “Come to Me”, à vingança em “I Didn’t Make a Plan” passando pela saudade em “Can I Call You?” a canção horrível (como refere), até chegar à aceitação em “Nobody Gets What They Want Anymore”.
Depois da estreia, a afirmação em Braga, Marlon Williams pode não ter conquistado Aldous Harding mas conquistou definitivamente o público Português.

Reportagem e fotografias: Paulo Homem de Melo

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