E se tivéssemos ficado sem CULTURA?

Esta quinta feira, 21 de maio, Um grupo informal de profissionais da cultura e das artes promoveu em 16 cidades de norte a sul de Portugal uma Vigília Cultura e Artes.

 

E se tivéssemos ficado sem CULTURA?

O que seria de vocês se de repente toda a produção cultural do País parasse?

Como teria sido a sua quarentena sem os conteúdos dos medias?

Como relembrar o concerto da sua Banda preferida ou aquele festival ‘porreiro’ sem imagens ou reportagens?

Como ficar por dentro da  moda sem as imagens dos desfiles e dos catálogos de publicidade?

Sim… tudo isso e muito mais é CULTURA. 

A Cultura sempre foi a prima pobre dos Orçamentos de Estado, é sempre a primeira a sofrer por falta de dinheiro ou quando acontece alguma catástrofe. É sempre a última a recuperar.

A Pandemia do COVID 19 veio causar um grande transtorno para muitos setores da economia. Porém, a maior parte das pessoas não fazem a mínima ideia de como o setor da cultura foi tremendamente castigado. Eventos adiados, festivais cancelados, produção suspensas, meios de comunicação com dificuldades, milhares de pessoas sem trabalhos…

A maioria desses trabalhadores, ligados a cultura, são invisíveis, estão nos bastidores do acontecimento, estão por atrás das câmaras fotográficas e de vídeo. Para ver aquele espetáculo Top, aquela cena que emociona ou de tirar o fôlego, são necessárias diversas pessoas para apresentar o produto final até ao público. A maioria desse pessoal são trabalhadores precários, são trabalhadores por conta própria, são amaldiçoados pelos (falsos) Recibos Verdes.

Têm a noção de que praticamente mais de 80% da mão de obra da cultura, trabalha com Recibos Verdes?

Descontamos muito e recebemos muito poucas ou quase nenhumas ajudas.

A Cultura é o expoente máximo da evolução do ser Humano. É a capacidade de transformar algo natural, dando forma a algo novo. A Vigília Cultura e Artes pretendeu visibilizar a luta travada por todos os profissionais da cultura e das artes que ficaram sem qualquer fonte de rendimento ou que, perante as escassas medidas implementadas pelo Estado e Ministério da Cultura, não encontraram nas mesmas apoio suficiente.

Por isso respeitem a Cultura e respeitem ainda mais quem ajuda a produzir Cultura. A aprovação de um fundo de emergência efetivamente capaz de fazer face à presente situação, o reconhecimento das profissões ligadas à cultura, a criação de um estatuto que garanta uma proteção eficaz a todos os que nelas trabalham e a criação de uma política cultural ajustada às necessidades do setor são algumas das reivindicações que estiveram na base desta vigília.

 

Fotografias e Reportagem: Sergio Pereira

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