Ao longo de mais de 60 anos de carreira, atravessou o R&B, o funk, o jazz moderno e free jazz, sempre com incomum delicadeza e sentido lírico, refletidos também nas suas incursões na poesia escrita e dita.
As colaborações com Charles Mingus e David Durrah nos discos “Mingus Moves” (1974) e “Reflections in the Sea of Nurnen” (1975), respetivamente, foram prenúncios de um rumo notável no qual colaborou com nomes como Archie Shepp, Betty Carter, Nina Simone, Ornette Coleman e Trilok Gurtu.
Conseguiu, como poucos, cruzar a complexidade de formas rítmicas e harmónicas angulares com a aparente facilidade de fazer canções simples e cativantes. Torna-se mais fácil, à luz destes dados, percebermos a razão que levou o músico Steve Coleman a considerá-lo uma das maiores influências para a sua música e para o movimento M-Base.
Agora aos 79 anos, Doug Hammond apresenta no Teatro Bairro Alto em Lisboa, dia 16 de setembro, o seu solo GRIOT, uma oportunidade imperdível de testemunharmos as múltiplas facetas deste persistente contador de histórias.
