Dino Alves encerrou a edição Insight da ModaLisboa no passado Domingo

A moda, e a arte em geral, sempre foram usadas como uma eficaz arma de reação, em que,  através de determinadas opções estéticas se podem fazer também manifestações ideológicas. É importante reagir ao que não parece correto, e não ficar resignados e impávidos a observar o mundo deteriorar-se à nossa volta.

A reação defendida por Dino Alves é a que usa a expressão artística, a criatividade, o pensamento e que transforma a imagem e o nosso estilo numa espécie de panfleto ideológico, porque a rebeldia está nas criações do Dino e na forma contundente como ele próprio se expressa através das mesmas e nunca num comportamento violento, destrutivo e inconsequente.

Assim sendo, esta coleção reage ao preconceito, reage à destruição do planeta, reage à desigualdade social, reage à liberdade de expressão, reage à doentia ditadura da beleza, reage à injustiça, reage à desumanização das relações. Esta coleção é um manifesto à má índole.

Ser criativo é saber falar, sem abrir a boca!

Franzidos com várias inclinações e em partes das peças inesperadas, abalonados torcidos,  statements aplicados nas peças com várias técnicas, mistura de elementos de um universo mais agressivo com elementos românticos, amálgamas de elementos gráficos aplicados nas peças, peças XXL, efeitos drapeados misturados e baralhados, volumes a deformar o corpo. Uma silhoeta justa e fluida, austera, oversized, deformada e volumosa

 

Natural de Anadia, Dino Alves forma-se em Pintura na Escola Superior Artística do Porto, faz um curso profissional de fotografia no INEF e depois de uma passagem pela Cinemateca Portuguesa, acaba por enveredar pela área da moda, conquistando o título de “Enfant-terrible da Moda Portuguesa”.

Fotografias: Paulo Homem de Melo / Glam Magazine

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