David Bowie… 48 anos de carreira com dezenas de colaborações…

Com uma carreira de 48 anos, David Bowie conseguiu ao longo dos anos colaborar com mais de 3 dezenas de artistas dos mais variados quadrantes musicais. Glammers, rockers, disco, rappers, etc, Bowie trabalhou com todo o tipo de músicos. A música de Natal num dueto com Bing Crsoby também faz parte da sua longa viagem de 5 décadas.

Em 1972, David Bowie foi o autor do single “All the young Dudes” dos Mott the Hoople, uma das bandas de referência do Glam Rock do inicio da década de 70. Um ano mais tarde, Lou Reed em inicio de carreira a solo, recorre a Bowie em alguns temas do album “Transformer”, caso da faixa “Satellite of love” onde as “vozes de fundo” são de Bowie e Mick Ronson

Em 1975 grava “Fame” juntamente com John Lennon. Segundo Yoko Ono, viúva de John Lennon, “Bowie era como da família…” O single foi o primeiro do cantor inglês a atingir o primeiro lugar nos Estados Unidos. Nesse mesmo ano surge no programa de Cher na CBS, onde canta 2 temas com a artista, “Can You Hear Me?” e um medley de vários temas dos dois artistas. Ainda em 1975, Luther Vandross iniciava a sua carreira como “backing vocals” no album “Young Americans”.

Em 1977 Iggy Pop inicia a sua carreira a solo depois da sua saída dos The Stooges, conhece Bowie que colabora com ele no primeiro disco a solo de Iggy, produzindo o album “The Idiot”.

Em 1981 juntamente com os Queen, grava, na Suiça, “Under pressure”, talvez o dueto mais importante da carreira de Bowie bem como dos Queen. Em 1982, Giorgio Moroder, produtor associado à “onda disco” de finais dos anos 70, escreve “Cat People”. O tema teria novamente destaque em 2009, quando Tarantino o usou no Filme “Inglourious Basterds”.

Em 1982, o tema de natal “Peace on Earth/Little Drummer Boy”, junta Bowie a Crosby, num tema que se desvia completamente do trabalho desenvolvido por Bowie ao longo dos anos.

Junta-se em 1984 a Tina Turner e grava o single “Tonight”, num registo r’n’b do tema que tinha passado pelas “maõs” de Iggy Pop. “The Falcon and the Snowman”, filme de 1985, teria como tema titulo a canção “This is not America”, que juntava David Bowie a The Pat Metheny Group. Seria nesta altura que o gosto pelo jazz marcaria de uma forma mais notória a carreia de David. Seria nesse mesmo ano que “Dancing in the Streets”, tema original de Martha and the Vandellas, juntaria em palco (live aid) e em disco Bowie com Mick Jagger.

Chegavamos a 1990, e Bowie lançava a digressão “Sound + Vision”, reeditava os seus álbuns com alguns temas inéditos e juntava-se à rapper Queen Latifah numa versão atualizada de “Fame’90”. Depois do relativo sucesso dos Tin Machine, edita “The Buddha of Suburbia”, segundo o artista, um dos seus álbuns favoritos. Convida Lenny Kravitz para um solo de guitarra no tema que dá titulo ao album.

A pop sempre fascinou Bowie ao longo das décadas, e em 1996 os Pet Shop Boys surgem na sua carreira com o single gravando em conjunto “Hallo Spaceboy”. Mas Bowie não ficava pela pop, como sempre a música de todo o estilo fascinava-o. Em finais da década de 90, o drum’n’bass massificava-se e surgia como a alternativa eletrónica ao Pop. Junta-se a Goldie no tema “Truth” incluído no disco do produtor “Saturnz Return”.

O Glam Rock sempre foi sua linha condutora. Na viragem do século, os Placebo eram a sua referencia no estilo que ele próprio tinha ajudado a construir ao longo dos anos 70. Resultado da junção com Brian Molko, é o tema “Without You I’m Nothing” dos Placebo em 1999.

Primeiro o drum’n’bass e depois o trip-hop… “Nature boy” é o tema que junta Bowie aos pioneiros do trip-hop, Massive Attack. O tema fazia parte da banda sonora do filme “Moulin Rouge”. A versão original era de Nat King Cole que tinha gravado a faixa em 1948.

Reflektor” dos canadianos Arcade Fire em 2013, seria um dos últimos temas em que Bowie participaria, inclusivé no video. Ao longo destes 48 anos, David Bowie colaborou com muitos mais artistas e músicos, por vezes sem essa colaboração ser creditada nas edições. Ao longo dos anos participou em duetos em concertos e apresentações na Televisão. Sendo um verdadeiro camaleão musical, Bowie sempre teve a capacidade de construir a sua carreira e a sua música percorrendo todos as vertentes musicais.

 

Paulo Homem de Melo

Artigo originalmente publicado na Glam Magazine a 12 de Janeiro de 2016, 2 dias depois da sua morte

Partilha