da serra e da terra: cinco formas de retratar o pulsar da terra sob um céu serrano

Já há nova data para a abertura da exposição da serra e da terra no Maus Hábitos – Espaço de Intervenção Cultural. Depois do adiamento forçado pela emergência de saúde pública que afecta o mundo, a exposição inaugura a 11 de setembro, das 18h às 00h, prolongando-se até 11 de outubro, com ajustes relativos à lotação da sala de exposições em linha de concordância com as recomendações emitidas pelas entidades competentes.

 

Com curadoria dos artistas Daniel Moreira e Rita Castro Neves, responsáveis pelo desenho expositivo, da serra e da terra apresenta obras em vídeo, texto, cerâmica, escultura em madeira e desenho de cinco artistas de diferentes gerações e geografias de Portugal: Alice Geirinhas (Évora, 1964), José de Almeida (Macieira, São Pedro do Sul, 1930), Maria Lino (Feital, Trancoso, 1944), Pedro Saraiva (Lisboa, 1952) e Tânia Dinis (Vila Nova de Famalicão, 1983). Realizados sob impulso térreo e telúrico, seja através de percursos e pesquisas em torno da matéria, pelo uso da terra em cerâmicas, pela observação íntima dos gestos da fogueira ou pela vivência diária na serra, os trabalhos em exposição criam discurso sobre a serra e a terra a partir do universo original e único de cada um dos artistas.

 

Alice Geirinhas, atualmente professora auxiliar no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, tem vindo a desenvolver, desde meados dos anos 80, um corpo de trabalho ligado ao desenho (expandido) e à narratividade traduzida em desenho, livro de artista, vídeo, instalação e performance. Já José de Almeida foi almocreve, mineiro e construtor civil. Na Serra de São Macário, construiu com as próprias mãos, o restaurante Salva Almas, pensado como uma obra total (incluindo casa, horta, jardim e cripta), onde se encontra exposto o seu trabalho escultórico em pedra e madeira. Por sua vez, Maria Lino, formada na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e na Escola de Belas Artes de Hamburgo, onde viveu entre 1970 e 1997, regressou à sua terra natal, Feital, onde fundou o Atelier Temos Tempo, aí promovendo o Simpósio Internacional de Arte do Feital, e conduzindo sucessivos encontros de artistas de várias gerações e contextos diferentes, que ali encontram a espessura do tempo e a cintilação do lugar, características que o seu trabalho convoca e explora. Pedro Saraiva foi professor catedrático de desenho na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e expõe regularmente desde os anos 80, interligando na sua obra desenho, fotografia, escultura e arqueologia em instalações que abordam a memória, o arquivo e a ficção, de forma inusitadamente poética e delicada. Finalmente, Tânia Dinis é actriz, professora de teatro e realizadora, com presença em diversos festivais nacionais e internacionais, explorando no seu trabalho os universos da performance, cinema, vídeo-fotografia e instalação e assumindo frequentemente um carácter itinerante.

 

da serra e da terra é a terceira exposição do ciclo de programação artística Outros Portos promovido pela Saco Azul Associação Cultural e pelo Maus Hábitos – Espaço de Intervenção.

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