Coliseu do Porto, palco de um regresso ao passado… com os Simple Minds

O final de noite, de dia 24 de abril, foi, simplesmente, perfeito no Coliseu Porto. A culpa é da inteira responsabilidade dos Simple Mids, que vieram comemorar os seus 40 anos de vida. A Banda escocesa continua com o mesmo fulgor com que nos habituou nas décadas dos anos 80 e inícios dos anos 90. Os cabelos brancos de Jim Kerr, assim como os da grande parte da assistência masculina, a calvície masculina, e as rugas faciais do público feminino, também, denunciam a passagem do tempo.

 

A voz permanece inconfundível, e única. Os músicos verdadeiramente espetaculares, aliás o tempo apruma o que já se faz tão bem e com tanta qualidade. O Coliseu estava repleto, e o público encontrava-se eufórico, extasiado, vibrava com cada tema interpretado. No ar, pairava um saudosismo, um querer voltar atrás, voltar à adolescência, à juventude que só se recupera ao assistir a estes concertos e bandas intemporais.

Concerto com direito a intervalo, segundo Jim Kerr, “a mini break for a glass of Porto”.

Desta primeira parte destaco, sem sombra de dúvida, os temas “Let There Be Love”, o público levantou-se, logo, mal reconheceu os primeiros acordes, e pulou e dançou como se não houvesse amanhã; “ Love Song”, foi outro tema entusiasticamente aplaudido, mas por uma questão de gosto pessoal, a minha preferência, desta primeira parte, foi “Belfast Child”. Destaco, também, nesta primeira parte a participação vocal de Sarah Brown, uma voz com um alcance fabuloso, pôs toda a assistência a bater palmas e a dançar.

 

No regresso ao palco, após o mini break, a postura em palco mantém-se, sempre a interagir com o público, e a interpretar temas que pensávamos que já nem conhecíamos a letra, e damos por nós a acompanhar o tema. O nosso cérebro é fora de série!

O destaque vai para todos os temas interpretados, e para todos os músicos em palco, mas não podia deixar de referir o tema, “(Don’t You) Forget about me”, foi a loucura total, todo o Coliseu em pé, aos saltos e a cantar, não vi nada do que se passou no palco, pois a minha cadeira de rodas não é elétrica, logo não faz verticalização, mas as rodas tremeram tanto com a trepidação do chão, que eu acabei por dançar, sem o poder fazer.

Já, no encore, a cena repete-se com o tema, “Alive And Kicking’, voltei a dançar!

Foi uma noite grandiosa, foi um viajar no tempo, foi um regresso a outros tempos, foi daqueles concertos que preenchem o coração, e acima de tudo nos recorda o quanto éramos felizes e livres.

Obrigada, Simple Mids, foi um concerto espetacular grandioso. Há bandas que são assim, atemporais, acrónicas, e por mais tempo que passe, nós não esquecemos do que é bom e nos fez felizes há algumas décadas atrás.

Como diria Vítor Espadinha, “E recordar é viver,”. Todos temos recordações e saudades do tempo que passou, faz bem relembrar esses tempos, para podermos usufruir melhor do nosso presente, e dar valor ao que conquistámos e ainda podemos conquistar. 

Reportagem: Ana Cristina
Fotografias: Sergio Pereira

 

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