Uma sonoridade primitiva mas envolvente, um ritmo desenfreado na calmaria de uma brisa que chega do norte de África, um baixo que contagia uma sala, uma baterista que é mais que um baterista, uma caixa de ritmos humana e um guitarrista que esta ali apenas para uns acordes vibrantes. Pelo meio o saxofone ganha uma elasticidade musical que se funde com ritmos tribais, com o jazz ou até com o funk.
A este concentrado de sonoridades e músicos chama-se Club Makumba…. Sim um verdadeiro club de desvios sonoros construidos ao ritmo de cada musica, quer seja a ala direita do palco ou esquerda, palavras de Tó Trips.
Esta conjugação assaltou o quarto andar mais cool da cidade do Porto, o Máus Hábitos. Entre macumbas e feitiços sonoros, só mesmo os maus hábitos para receber de uma forma única e em pé – diziam eles em palco, saudades de um concerto com o público em pé – este grupo de músicos “renegados” (entre aspas) autores de tamanho sacrilégio musical.
Sob a batuta de João Doce, o desfilar de canções ganhava forma de inovação ou improviso criando uma atmosfera que energicamente se ia construindo a cada batida e a cada acorde de guitarra. Somos levados pelo feitiço da percussão de Doce, num exorcizar de energias que foram libertando ao longo do concerto.
Fotografias / Reportagem: Paulo Homem de Melo