Centro Cultural Vila Flor apresenta propostas para o primeiro quadrimestre do ano

As artes performativas, ancoradas no Centro Cultural Vila Flor e dirigidas artisticamente por Rui Torrinha, reservams nestes meses uma programação com dois festivais – o GUIdance em fevereiro (dias 2 a 11) e o Westway LAB em abril (dias 12 a 15) –, uma intensa colaboração com o Teatro Nacional D. Maria II, da qual faz parte a “Odisseia Nacional”, programa a decorrer em Guimarães de 30 de março a 1 de abril com encontros, palestras, debates e um espetáculo, sendo apresentado neste âmbito  o “Hopeless.” de Sergiu Matis (31 março, 21h30), bem como também a conferência “Cenários” e outras atividades diversas.

O Centro Cultural Vila Flor em Guimarães recebe em janeiro, no dia 21 às 21h30, Mário Laginha e Pedro Burmester, para nos deliciarmos com uma química única no seu percurso. Avançando para fevereiro, surge uma criação especial chamada “Zoo Story”, de Marco Paiva, um espetáculo com dupla apresentação no CCVF a 24 e 25 de fevereiro, às 21h30 e às 16h00, respetivamente.

Já em março, surgem propostas como “Ensaio de Orquestra” de Tónan Quito (11 março, 21h30) – inspirado no filme realizado por Federico Fellini em 1978 e aqui com a Orquestra de Jazz do Hot Clube de Portugal – e “O Corpo Clandestino” de Victor Hugo Pontes (17 março, 21h30), o mais consagrado coreógrafo vimaranense, com repercussão cada vez mais ampliada. Mais para o fim do quadrimestre, em abril surge uma proposta marcante no dia mundial da dança: “Orpheu” (29 abril, 21h30), uma ópera dançada, de Pedro Ramos, estabelecendo uma relação entre a obra literária mitológica de Ovídio, a dança e a composição sonora eletrónica.

 

Propagadas por outros espaços de Guimarães, as artes performativas também se fazem sentir no CCC, que continua a ser ponto de passagem obrigatório de alguns dos principais criadores nacionais e internacionais, acolhendo entre janeiro e abril de 2023 a criação de projetos de vários âmbitos, como a dança, a música e o teatro, ao comando de nomes como Alice Azevedo, no âmbito da parceria entre A Oficina e a “Odisseia Nacional do TNDMII”; a dupla de coreógrafos Joana von Mayer Trindade & Hugo Calhim Cristóvão com o processo de criação da peça “Onde está o Relâmpago que Vos Lamberá as Vossas Labaredas” a ser apresentada em novembro no CCVF; Tita Maravilha, vencedora da 5ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço (peça a apresentar na próxima edição dos Festivais Gil Vicente); bem como as residências artísticas do Westway LAB que juntam músicos portugueses e estrangeiros.

 

Também o Espaço Oficina vai continuar a cumprir, em 2023, as três linhas de orientação – fruição, formação e criação – ativadas pela companhia que o habita: o Teatro Oficina. Assim, as Oficinas do Teatro Oficina (OTO) vão ocupar o primeiro quadrimestre, com as três turmas constituídas no último terço de 2022, enquanto a nova direção artística, da responsabilidade de Mickaël de Oliveira, se instala para dar corpo a um novo programa com forte dinâmica no domínio da criação.

No campo das artes visuais, o programa preparado para o primeiro quadrimestre de 2023 do CIAJG explora os sentidos daquilo que é próximo e longínquo, refere Marta Mestre, diretora artística do CIAJG e Artes Visuais d’A Oficina. A passadeira de novidades também se estende neste domínio, e a 25 de fevereiro acontece o lançamento da open call para os Laboratórios de Verão realizada em conjunto com o Gnration (Braga). Direcionada ao apoio à criação emergente de artistas e coletivos que trabalham várias áreas da criação (imagem, som, interatividade, dança, performance ou cruzamentos disciplinares) a partir desta região, possibilita-se desta forma o suporte para vários artistas efetivarem as suas produções, a desenvolver em residência artística nos dois espaços – CIAJG em Guimarães e Gnration em Braga. Na mesma data, é lançada a publicação do CIAJG que condensa as exposições “Heteróclitos: 1128 objetos” (que ocupa a totalidade do piso 1 do museu num momento inédito em que o público pode ver, pela primeira vez, toda a coleção do CIAJG, composta por arte africana, europeia, pré-colombiana e chinesa antiga, e obras de José de Guimarães), “Sara Ramo, Atirando Pedras” – que se encontram atualmente patentes no CIAJG (assim como A Exposição da ZDB) – e “Língua do Monstro”, individual do artista Pedro Barateiro, realizada em 2022.

 

Posteriormente, destaca-se naturalmente o próximo ciclo de exposições a viver no CIAJG, contando, nomeadamente, com a presença de uma figura chave na arte contemporânea, um artista que ocupa um lugar central na história da arte contemporânea brasileira – Artur Barrio – e que transita entre Portugal e o Brasil, trazendo aqui também um olhar sobre o contexto africano. Contaremos com uma grande instalação do artista, feita em parceria com o museu SMAK (Stedelijk Museum voor Actuele Kunst) de Gent, que irá ampliar o eco deste artista que ‘ainda’ não é sobejamente conhecido por quem habita em Portugal. Tudo isso acontece em interação com os trabalhos e as coleções de José de Guimarães, que habitam o CIAJG em permanência deixando um contínuo convite à visita de todos nós.

De salientar que no Palácio Vila Flor, continua patente “O verdadeiro lado da manta, de Sara & André”, até 4 de março. Uma mostra que dá lugar à exposição “A prática do infinito pela leitura”, de Catarina Domingues e Ricardo Ribeiro com inauguração a 25 março, às 15h.

 

Fazendo a triangulação artística com rumo às manifestações tradicionais, a Casa da Memória de Guimarães assume-se como um lugar central de encontro entre artistas, artesãos, pensadores, oferecendo um acolhimento destes e de todo o público que ao longo dos últimos anos aqui participa e assiste à sua programação. E é exatamente através desse prisma que começa a programação deste novo ano com “A Casa Acolhe”. Um programa que transforma a exposição da Casa da Memória, constituída por diversos núcleos dedicados a distintas temáticas. A partir de 18 de fevereiro (16h), com a fundamental colaboração da AAELG – Velhos Nicolinos para a mobilização dos grupos e das pessoas envolvidas, abre-se espaço para um transformado e evoluído núcleo expositivo dedicado às Nicolinas.

Os “Colóquios Simples” surgem logo em março na Casa, inspirados num grande humanista e médico, Garcia da Horta. E no mesmo mês atravessamos também o espírito dos lugares com o “Remoinho”, um projeto que vive com e nos lugares, vive com a comunidade, e com Liliana Duarte, que também mobiliza as pessoas em torno das questões do património material e imaterial d os moinhos do Vale do Ave, incluindo algumas freguesias do concelho de Guimarães ligadas ao rio.

 

E desta Casa – que a 25 de abril festeja sete anos desde a sua abertura, com um programa diverso de atividades – partimos também para a Loja Oficina e para começar com a inauguração de uma exposição criada em memória de uma pessoa fundamental na história, muito ligada à literatura – Antero de Quental, alguém com ligação de profunda amizade com Alberto Sampaio e José Sampaio. Num tributo às fortes amizades, renova-se a exposição dedicada a Alberto Sampaio que se encontra na sua casa de nascimento, inaugurando ““Que te parece a impiedade?”: Antero e os Sampaio” a 31 de março, às 18h.

 

De ressalvar também que, no âmbito da programação especialmente dedicada aos mais novos e às famílias, a unidade Educação e Mediação Cultural (EMC) d’A Oficina dirigida por Francisco Neves propõe diversas atividades para os próximos meses, como são o caso dos espetáculos “Conversas de Corpo”, de Clara Bevilaqua e Guilherme Calegari (14 janeiro, 11h00 e 15h30); “Espanto”, de Ana Madureira e Vahan Kerovpyan (18 fevereiro, 16h00); “Má Educação” – Peça em 3 Rounds” (4 março, 16h00), da Formiga Atómica / Inês Barahona e Miguel Fragata, que também apresentam a conferência “O meu Ministério da Educação” no dia anterior (3 março, 10h30); ou o espetáculo-oficina de dança “Miocárdio”, de Marina Nabais, ás quais se juntam um conjunto de oficinas artística e visitas de variada índole.

 

Photo: Márcia Lessa

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