Carlos do Carmo recebe Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural no Casino Estoril

Em cerimónia solene, realizada na quinta feira, 26 de Novembro, o secretário de Estado Nuno Artur Silva, entregou o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural a Carlos do Carmo, bem como os Prémios Literários Fernando Namora e Agustina Bessa-Luis, instituídos pela Estoril Sol, e referentes a 2019, respectivamente, a Julieta Monginho e Cristina Cosme.

 

O Júri deliberou atribuir o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, em quinta edição, a Carlos do Carmo, “individualidade exemplar numa área que Vasco Graça Moura muito prezava e para a qual contribuiu com numerosos poemas: o Fado”.

 

Carlos do Carmo, proveniente de uma família ligada ao Fado, desde cedo se revelou uma das suas principais vozes. Os prémios nacionais e internacionais que obteve pela qualidade das suas edições discográficas, onde surge como um dos maiores intérpretes de um Fado que ele soube renovar, dão conta de uma das mais exemplares carreiras do panorama artístico português. Desde cedo que a sua voz soube quebrar fronteiras, atravessar gerações, tornando o Fado uma manifestação artística de expressão universal. Essa expressão universal foi determinante para a Candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, de que Carlos do Carmo foi um dos embaixadores”.

O júri realçou, ainda, “o papel fundamental de Carlos do Carmo na divulgação dos maiores poetas portugueses, de que Vasco Graça Moura é um exemplo”.

No que respeita à 22ª edição do Prémio Literário Fernando Namora, o Júri distinguiu Julieta Monginho pelo romance “Um Muro no Meio do Caminho”.

“Um Muro no Meio do Caminho” constrói-se “sobre uma das mais pungentes tragédias contemporâneas: a dos refugiados, sobretudo sírios, em fuga de loucuras humanas cada vez mais selváticas. Os tormentos experienciados em campos de refugiados, particularmente no campo da ilha de Scios, desenha o contexto em que Julieta Monginho situa a problemática deste drama contemporâneo”.

O Júri enfatiza, ainda, que “escrevendo num registo muito vivo e dinâmico beneficiando da experiência pessoal que viveu no campo de Scios em 2016, a autora vai traçando retratos de mulheres mergulhadas num universo de dor e luto, mas também de esperança. Um livro que sob a forma de um olhar simultaneamente afetuoso e triste, nos revela a face de uma humanidade perdida de si mesma”.

 

Por sua vez, em relação à 12ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, o Júri distinguiu Cristina Cosme com a obra original “Silvana”, considerando-a “um romance que articula, com desenvoltura o jogo de prudências e astúcias das relações humanas”.

O júri refere ainda que o romance toma Lisboa como “cenário por onde a imaginação faz circular relações pessoais e amorosas. A Cidade e seus lugares desenham uma geografia de percursos afetivos, e, por vezes de sonhos e fantasias da protagonista, Silvana, uma mulher solitária em busca de si mesma”.

 

 

Fotografias / Reportagem: Arlindo Homem

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