Caetano Veloso… Tela de sonoridades no coliseu do porto

O Coliseu do Porto, ontem, dia 15 de setembro, voltou a ser palco do baiano, Caetano Veloso

A sala estava cheia, lotada com uma mistura de portugueses, e brasileiros, que não perderam esta oportunidade de rever Caetano Veloso. O concerto teve início com um cenário extremamente simples, apenas uma tela com uma uma figura, que dava a ideia de um sofá de um lugar, uma poltrona. O concerto teve início, ainda a sala do Coliseu não estava cheia.

Caetano cantou, temas, do novo disco, e outros de discos mais antigos, sem se dirigir ao público, o que deu a sensação de algo frio, de um distanciamento incomodativo. A voz continua a mesma, não mostra os oitenta e um anos do cantor/compositor, ao contrário da sua aparência esguia, bastante magra, todo vestido de branco.

E eis que o “poeta”, dirigiu-se ao público, pela primeira vez, e foi fortemente aplaudido. O público, retardatário, vai chegando, e a sala do Coliseu fica cheia.

Carminho é chamada ao palco, e sob uma chuva de aplausos, é interpretado o tema, “Você – Você”, que Caetano fez questão de frisar, que compôs “por ela, e para ela”.

Durante a interpretação deste tema, Carminho tem um leve percalço com a voz, e refere, “que tal nunca me aconteceu”, mas o público nem dá relevância ao facto. Não podia deixar passar em branco, a presença da guitarra portuguesa, magistralmente tocada por André Dias.

Carminho interpreta mais um tema de Caetano Veloso, “Argonautas”, tema composto em 1969, mais “velho” do que eu. Realmente a música é intemporal. Carminho é efusivamente aplaudida, e sai de cena. Para mim, este momento foi um dos pontos altos da noite.

Aproveito para destacar, um outro grande momento da noite, a homenagem a Gal Costa, com a interpretação do tema, “Baby”. Os meus outros destaques da noite vão para a interpretação dos temas, “O Leãozinho”; “A Bossa Nova É Foda”; “Menino Do Rio”; “Lua De São Jorge”, entre outros.

O final do concerto, com o tema “A Luz De Tieta”, foi um momento único, com o público a entoar sozinha o refrão. Seguiu-se o “encore”, e terminou mais uma passagem de Caetano Veloso, pelo Coliseu do Porto.

O público ainda tentou que ele voltasse, entoando o refrão de “A Luz De Tieta”, mas Caetano apenas regressou ao palco para agradecer ao público. Este concerto destaca-se pela paleta de cores misturadas na tela, temas com mais de cinquenta anos de existência intercalados com temas mais recentes, com três anos no máximo.

 

Lindo!

O público, de várias faixas etárias, conhece, e canta temas mais antigos do que a sua própria idade.

A música é arte, e como em  tantas outras artes, ela permanece, é intemporal, perdura no tempo. Uma noite, com toda a certeza, para recordar.

 

🖋 Ana Cristina

📸 Sérgio Pereira

Partilha