Aniversário A Certeza da Música

Há nove anos que João Nuno Silva não tem dúvidas. É dele “A Certeza da Música”, um blog que vai muito além do .com e que é, sobretudo, uma plataforma acolhedora e privilegiada de inúmeros talentos nacionais. No dia 20 de Janeiro na Fábrica Ideias Gafanha da Nazaré, celebra-se a música e a importância da sua divulgação. O Gajo, Senhor Vulcão e Miguel Calhaz encabeçam o cartaz; João Nuno Silva, sob a capa de Johnny Red, assume o Dj Set. “A Certeza da Música” passa para o décimo ano sem nada de secundário no panorama da divulgação da música que por cá se faz.

O Gajo faz com que as cordas da viola campaniça com que dispara as suas cantigas nervosas pareçam mais submissas que as de todas as outras violas campaniças do mundo. São os dedos d’O Gajo, e a pinta d’O Gajo, e o universo d’O Gajo. A viola não fala, mas é como se o fizesse, de sombras, de noites, de miradouros, loucos e carteiristas.

Senhor Vulcão é um homem de muita música e a sua música é a de um homem só. Um punhado de canções feitas à mão por um rapaz que desistiu da música depois de até ter fundado uma banda (Atomic Bees), mas que regressou mais tarde, por causa de uma caixa de charutos feita por um amigo de infância. Tinha de ser. Em 2013 lançou “Montanha” e em 2015, em dose dupla, “As canções do Bandido” e “As Flores do Bem”, com os quais iniciou a “Tour do Paraíso”, ainda em estrada. Nós, no purgatório, à espera dele.

 

“Miguel Calhaz e o seu contrabaixo possuem uma cumplicidade e uma ligação que transcende em muito, em tudo, a normal relação entre um músico e o instrumento que executa”.

É que o contrabaixo de Miguel Calhaz não é só um instrumento de cordas, é um companheiro de batalha, um segundo elemento com vida, e alma, e vontade próprias. Assume funções harmónicas, melódicas e rítmicas e serve de extensão ao corpo de Miguel Calhaz e de instrumento de percussão. Além disso, Miguel canta poemas seus e de outros, trauteia, improvisa. Não é só um concerto, é um encontro.

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