A nostalgia dos Barclay James Harvest em noite no Multiusos de Guimarães

Guimarães foi o último local a ser divulgado pela mini digressão dos Barclay James Harvest (feat. Les Holroyd) em Portugal. A nostalgia tomou conta do Multiusos de Guimarães na noite deste sábado, 17 de maio.

A história dos Barclay James Harvest perde-se no tempo, mas a banda, que afinal atualmente são duas, continua a apresentar a (sua) música a um grupo de fãs que continua a aplaudiu e a vibrar com os temas do colectivo desde sempre, independentemente da banda estar dividida em duas.

Os Barclay James harvest surgiram em Oldham, Manchester, em finais dos anos 60, fruto do encontro de Les Holroyd (baixista e vocalista), com John Lees (vocalista e guitarrista), “Wooly” Wolstenholme (teclista e vocalista) e Mel Pritchard (baterista). O primeiro single surgiu ainda em 1968, mas o álbum que marcaria a estreia em grande, registo homónimo, só seria lançado em 1970, alinhando os Barclay James Harvest com a popular corrente de rock progressivo que então marcava a cena musical britânica.

O percurso do grupo seria depois pautado por triunfos e por um declarado pioneirismo: foram o primeiro grupo a tocar num festival ao ar livre na Europa, estabeleceram uma alta fasquia para o número de bilhetes vendidos durante uma digressão continua e, em 1980, tocaram em frente de uma audiência estimada em 275 mil pessoas nas escadarias do Reichstag em Berlim Ocidental, com um número similar a escutar o concerto do lado de lá do muro que então dividia a cidade.

Entre altos e baixos no anos 90, a separação acontece em 1998. Barclay James Harvest Through The Eyes Of John Lees e Barclay James Harvest feat. Les Holroyd seria o destino de uma das maiores bandas de rock psicadélico do século XX.

Em 2002 Barclay James harvest feat. Les Holroyd editariam o seu primeiro trabalho de originais “Revolution Days”, “Retrospective – 50th anniversary Tour”, a atual digressão, aposta num alinhamenteo que assenta numa vasta discografia em que os clássicos dominam as mais de 2 horas de concerto com duas partes, aparentemente distintas.

Em palco, juntamente com Les Holroyd, encontramos músicos como Mike Byron-Hehir (que tocou com Corey Hart nos anos 80), Steve Butler, Colin Browne ou Louie Palmer

Seria ao som de “Who Do We Think We Are” que a banda iniciava o concerto. Temas como “Mocking Bird“, “Rock ‘n’ Roll Star”, “Hymn” (já na segunda parte do concerto) e “Life Is for Living“ levariam ao rubro um público já adulto, mas conhecedor dos imortais temas da banda. “Victims of Circumstance”, um dos temas mais pop da banda de Les Holroyd acabou por ter uma boa aceitação, em parte a uma nova roupagem mas características dos temas clássicos do grupo.

O concerto seria dividido em 2 partes, sendo que a segunda era anunciada por Les Holroyd como um “set mais acústico”, o que na realidade aconteceu em apenas nos 3 primeiros temas da segunda parte, “Welcome to the Show”, “Poor Boy Blues” e “Crazy City”, tendo de seguida a banda adotado a sua sonoridade original.

Pelo meio do alinhamento, 2 temas já do imaginário da Les Holroyd longe do grupo original,  incluídos no disco de 2016 Retrospective”, a saber, “Fly Away” e “Tonight’s Gonna Be the Night” a abrir o ‘encore’

Cerca de 2 horas e meio de concerto, nostalgia e boa aceitação por parte do público a uma sonoridade que se mantém atual ao longo de 50 anos. Pouco comunicativo, Les Holroyd no final mostrou-se agradado pelo carinho do público. Um intervalo (longo) e por vezes a sensação que estávamos perante uma banda de tributo, foram os momentos menos bem conseguidos neste concerto, que hoje desce até ao Porto, e onde vai encontrar uma Casa da Música já esgotada.

 

Alinhamento

1ª parte

Intro

Who Do We Think We Are?

The Time of Our Lives

Mocking Bird

Rock ‘n’ Roll Star

Sip of Wine

Victims of Circumstance

Play to the World

Ring of Changes

Poor Man’s Moody Blues

 

2ª parte

Welcome to the Show

Poor Boy Blues

Crazy City

African Nights

Friend of Mine

Fly Away

Love on the Line

Rock ‘n’ Roll Lady

Hymn

 

Encore

Tonight’s Gonna Be the Night

Life Is for Living

 

Fotografias / Reportagem: Paulo Homem de Melo

 

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