“A morte de Danton” – Retrato da Revolução Francesa de Büchner renasce em produção do Teatro Nacional de São João

“A Morte de Danton” é a mais recente produção do Teatro Nacional de São João que chega ao palco principal do Theatro Circo na próxima sexta-feira, dia 4 de outubro.

Com encenação de Nuno Cardoso, “A Morte de Danton” tem como protagonista Albano Jerónimo e traz para palco um retrato de um momento da Revolução Francesa que levanta questões ainda e sempre atuais.

 

A peça, da autoria de Georg Büchner, escritor, dramaturgo e poeta alemão do século XIX, retrata os dias que antecedem a morte de George Jacques Danton.

Büchner escreveu A Morte de Danton em estado de urgência, entre janeiro e fevereiro de 1835, recorrendo a documentos do seu tempo para nos dar conta das convulsões da Revolução Francesa. O seu olhar deteve-se na última semana de vida de Georges Danton, o líder carismático que morreu para deter a marcha do Terror e sonhar por um instante.

 

Colocado perante a iminência da morte, Danton é uma contradição em marcha, a meio caminho entre a impotência do lamento, “o mundo é o caos”, e a euforia do grito: “Para vencer, a audácia, a audácia, sempre a audácia!”

Mas as ruas de Paris, em 1789, são as mesmas por onde corre agora a revolta dos Coletes Amarelos. Ruas que desaguam nas margens do Mediterrâneo ou do Rio Grande, no regresso dos muros, na potência do ódio, no avanço dos populismos.

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