“A Arte da Comédia” candidata-se a conquistar Guimarães

A Arte da Comédia” é um texto do comediante (e chefe de companhia) Eduardo de Filippo em que a bela representação e o disfarce parecem enganar os novos políticos locais, numa trama em que o virtuosismo dos atores é posto à prova e discutido o papel do teatro numa cidade de província. As personagens centrais são o ator/diretor da companhia de teatro local (interpretado por João Pedro Vaz) e o novo presidente da câmara nomeado pelo governo para gerir a cidade (interpretado por Valdemar Santos). É entre eles que se debate o papel do teatro municipal. Um espetáculo considerado ideal para início de mandato.

O restante elenco da nova criação da companhia de teatro de Guimarães é recheado por atores e atrizes pertencentes ao Gangue de Guimarães (artistas de artes performativas cartografados pelo Teatro Oficina que são provenientes de Guimarães ou com íntima relação com este território, encontrando-se espalhados pela cidade, pelo país e pelo mundo), entre estes Carolina Amaral, Diana Sá, Emílio Gomes, Gil Mac, João Ventura e Mário Alberto Pereira, contando ainda com a presença de Nuno Preto e as participações especiais de António Matos e Elvira Oliveira.

Depois de um ano intensamente participativo (2017), em que o Teatro Oficina abriu as portas para um novo ciclo de relação com o território, em 2018 a companhia de teatro de Guimarães quer investigar o que é essa arte do teatro de que todos falam com tanta propriedade. O ano em que se afirmou como “o lugar de onde se vê” o território serviu também para debater com centenas de pessoas qual pode ser a missão da companhia de teatro de Guimarães. Mas, segundo o diretor artístico do Teatro Oficina, João Pedro Vaz, faltou ainda partilhar aquilo que entendem e sabem de teatro, prometendo, em 2018, voltar ao princípio.

Criada a Rede Teatro Oficina, este ano estão prometidos mais projetos que ligam a companhia com os grupos de amadores de teatro, os artistas do Gangue de Guimarães, os alunos das Oficinas do Teatro Oficina (OTO’s) e a Licenciatura em Teatro da Universidade do Minho. A formação estará também na ordem do dia, propondo-se a companhia de teatro de Guimarães a dar esse contributo e ser um laboratório teatral (ou performativo) permanente. Neste sentido, os maiores parceiros do Teatro Oficina, este ano, são a Programação Regular do CCVF e o serviço de Educação e Mediação Cultural, “lugares” do projeto cultural da Oficina onde a relação do território com as artes performativas explode.

Assim, a juntar a esta primeira criação do ano (“A Arte da Comédia”), o programa do Teatro Oficina para o ano de 2018 contempla outras duas novas criações, que contam novamente com a intervenção de atores e atrizes do Gangue de Guimarães e da Rede Teatro Oficina. A 8 de junho estreia “Retábulos” no âmbito dos Festivais Gil Vicente, uma criação a partir de Miguel de Cervantes. A terceira e última peça de 2018, “Caixa Negra”, apresentar-se-á ao público, famílias e escolas, em articulação com a Educação e Mediação Cultural da Oficina, a 9 e 10 de setembro, 7 e 8 de outubro, 4 e 5 de novembro e 2 e 3 de dezembro.

 

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