Começa a ser revelada programação do Curtas Vila do Conde

Começa a ser revelada a programação deste ano do Curtas Vila do Conde. O festival de cinema que terá lugar entre os dias 12 e 21 de julho volta a apostar nas áreas de interseção entre cinema e outras disciplinas artísticas. A encabeçar a programação em diálogo uma secção STEREO que, este ano, aposta forte na mostra de diferentes tendências e movimentos associados ao presente e futuro da música e do cinema. Inteligência Artificial, eco-processing, criação colaborativa são dos três pratos fortes de um programa que sublinha a importância do imediatismo, do vivo e da interdisciplinaridade num mundo em busca de definir novas fronteiras de convivência.

A dia 12 de julho, regressa ao festival um dos nomes que mais tem marcado a cinematografia portuguesa de animação. João Gonzalez revisita Ice Merchants num espetáculo em que interpreta, pela primeira vez, ao vivo, pelo próprio. Em estreia nacional – após a passagem pelo BAFICI – Festival Internacional de Cinema Independente Buenos Aires – A Pedra Sonha Dar Flor, um filme de Rodrigo Areias sobre a obra do jornalista e escritor Raul Brandão. Uma peça musicada ao vivo pelo músico vimaranense Dada Garbeck no dia 14 de julho. 

É já um dos discos mais destacados de 2024. “Spectral Evolution” de Rafael Toral marca o regresso de um dos mais inventivos e transgressores criadores portugueses às edições em nome próprio, mais de dez anos após o seu último LP. Um disco habitado por uma informada junção entre o drone minimalista e o vintage jazz que tem vindo a colher o elogio da crítica nacional e internacional. Para a apresentação em Vila do Conde, o festival irá lançar uma open call dirigida a artistas emergentes do vídeo e do cinema para que, em ambiente de residência artística nos laboratórios da ESMAD, criem um ambiente visual para a música do compositor. A estreia do espetáculo está marcada para dia 16 de julho.

Encontro inusitado marcado para 17 de julho. A Casa do Xisto convida a compositora e cantora Lula Pena – que tem vindo a desenvolver um interessante trabalho na criação de música com plantas “espontâneas”, com base em gravação e eco-processing – para  um dueto poético de escuta-composição em tempo real e efémera, que dilui a fronteira entre o humano e o não humano.

A 19 de julho, Filipe Melo e João Pereira recriam o universo sonoro para a emblemática obra de Chris Marker, La Jetée, numa sessão especial que conta também com narração de Beatriz Batarda.

A fechar a lista de confirmações, o encontro inédito entre um dos mais prolíficos grupos da música experimental portuguesa, HHY & The Macumbas, e o coletivo de criadores Lunar Ring.

 Após o lançamento do seu vibrante terceiro álbum, “Bom Sangue Mau”, o coletivo nortenho propõe-se a apresentar uma obra audiovisual nova, intitulada “MAU SANGUE”, onde a sua música será reinterpretada por imagens geradas por inteligência artificial. Um concerto irrepetível, a testar as potencialidades da improvisação e da espontaneidade, em estreia no Curtas de Vila do Conde a 20 de julho

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