Nas ruínas de um teatro, surgem corpos que transportam restos de mitos, de tragédias e de comédias. Destroços de narrativas fundadoras de uma ideia de Europa e de civilização, mas também de indivíduo, surgem como ecos, fantasmas, memórias coletivas. É importante escutar novamente certas palavras como uma hipótese de resgatar uma ideia de futuro.
Não nasci para odiar, mas para amar, frase de Antígona, é também o título do espetáculo de características multidisciplinares, que partindo de Édipo, Antígona, Electra, Bacantes, Filoctetes, Ajax, Ulisses, Ifigénia, Cassandra, mas também das comédias Aves e Rãs, tal como a obra Caracteres de Teofrasto, pretende valorizar aquilo que existe de mais importante e revolucionário nos textos clássicos: a densidade poética das palavras na sua relação com problemas como liberdade, politica, relações humanas, o divino recusando-lhes seu carácter meramente antropológico e destacando aquilo que existe de intemporal. A eternidade como única possibilidade de relação com o tempo, em que o Presente, junção complexa do passado e do futuro, materializa-se no agora.
Um texto clássico estabelece sempre uma relação com o agora não perde a urgência da sua função artística consequentemente politica e obrigatoriamente humana.
Direção e encenação: Tiago Vieira
Atores: Nuno Pinheiro, Paula Moreira, Pedro Parente, Teresa Machado, Tiago Costa, Tiago Vieira
Vídeo: Luís Gomes
Apoio dramatúrgico: Rui Catalão
Produção: [PI] Produções Independentes
5 a 22 de julho 2018, de quinta a domingo, às 21h30
Museu de Lisboa – Teatro Romano