Final de tarde de sábado e a Super Bock Arena no Porto prepara-se para receber a primeira de duas sessões da emblemática obra de Carl Orff, Carmina Burana.
Trazer uma obra com 800 anos a palco era a tarefa que os catalães La Fura dels Baus se preparavam para apresentar, perante uma sala praticamente lotada.
Assente em textos com que relatam sentimentos, prazeres carnais, ao mesmo tempo que criticam e satirizam os costumes sociais e morais da época, Carmina Burana é uma obra ousada e profunda, apresentada com mestria pelo grupo da Catalunha. Apesar de escrita nos anos 30, a inspiração da obra de Carl Orff remonta à época do códex Carmina Burana original, datado do século XII ou XIII.
Em palco um cilindro coberto por um tule a envolver a orquestra e a funcionar como tela onde as imagens são projectadas ao ritmo da narrativa e acompanhadas por efeitos especiais, fragrâncias florais, plantas carnívoras, manadas de cavalos ou elementos do clero em pecado, transportando o público para um mundo de sensações visuais.
A juntar a esta encenação visual, cantores pendurados em gruas, submergidos em vinho, água, bem como vindimas ao vivo e quedas de água completam o espectáculo dos La Fura dels Baus, com algum nú à mistura.
Do elenco em palco sobressaem 4 nomes, Amparo Navarro, Luca Espinosa, Thomas E. Bauer e Xavier Sabata, que dão vida à obra que se vai desenrolando em palco, acompanhados musicalmente pela Sinfónica de Castilla y León sob a batuta do maestro Alejandro Posada.
Reportagem: Sandra Pinho
Fotografias: Paulo Homem de Melo
