30 anos de “Violator” dos Depeche Mode… o virar de uma página

Celebra-se hoje, 19 de março de 2020, 30 anos da edição do 7º álbum de originais dos Depeche Mode.
Considerado por muitos um dos melhores discos da banda de Dave Gahan, Martin Gore, e Andy Fletcher, “Violator” surge na carreira dos Depeche Mode como um virar de página em relação aos discos editados na década de 80, afastando-se da simplicidade do new age de “Speak & Spell” ou do industrial “Some Great Reward”.

Este virar de página nas canções dos Depeche Mode é bem patente como o mesmo foi gravado, usando recursos musicais até à altura nunca utilizados pela banda. A titulo de exemplo, Alan Wilde usou pela primeira vez uma bateria acústica na faixa “Sweetest Perfection”, entre outras inovações.
Em 1987, com o lançamento do album “Music for the Masses”, a banda tinha abraçado um universo musical mais encorpado e mais trabalhado com o vídeo a ser peça fundamental na promoção de singles como “Strange love” ou  “Never Let Me Down Again”.  Com a edição de  “Violator”, esse caminho musical adquire e atinge novos patamares em temas como “Personal Jesus”  ou “Enjoy the Silence” , tema que conquistou os tops em todo o mundo. O vídeo em “Violator” é mais uma vez fundamental na promoção dos singles do álbum… quem não se lembra de ver Dave Gahan a vaguear pelos locais mais recondidos emEnjoy the Silence”…

Mas a sonoridade original dos Depeche Mode estava lá, juntamente com todas as inovações e aventuras desenvolvidas pela banda entre 1987 e 1990. “World in My Eyes” recupera algumas das linhas do mítico “Just can’t get enough” mas estabelecendo traços que viriam a ser muito importantes para a banda nos discos que surgiriam nos anos 90.

Gravado entre Milão, Copenhaga, Londres e Nova Iorque, o disco que mais uma vez contou com a parte visual a expensas do holandês Anton Corbijn, juntou na produção a própria banda a Mark Ellis, mas conhecido por Flood, produtor que trabalhou com nomes como os U2 ou Nine Inch Nails.

Violator” seria igualmente uma pérola para as pistas de dança. As suas faixas seriam trabalhadas e regravadas por muitos dos DJ’s que em 1990 marcavam os clubes principalmente dos Estados Unidos.

Passados 30 anos deste virar de página, podemos afirmar que “Violator” continua atual e a conquistar novos fãs, que encontram ou reencontram nas canções dos Depeche Mode uma sonoridade abrangente e única.
Violator” merece uma audição cuidada neste dia 19 de março de 2020, 30 anos depois da sua edição… e como diz a canção Enjoy the Silence”

Paulo Homem de Melo

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