25º Super Bock Super Rock com Christine and The Queens e Shame

Nasceu com o nome de Heloise Letissier, mas decidiu adotar o nome Christine and The Queens para o mundo da música. Aquele que é um dos nomes mais fortes do “novo pop francês” estudou teatro em Lyon e mudou-se para Paris em 2010. Pelo meio, e numa viagem a Londres, apaixonou-se pelo trabalho das drag queens, uma influência para a sua arte – e a razão do The Queens no nome.

As influências são muitas e diversificadas, na verdade. Há nomes mais evidentes, como David Bowie, Michael Jackson ou Laurie Anderson, mas Christine and The Queens acaba por beber nos mares mais inusitados do universo pop e até do burlesco. Mais do que uma cantora e compositora, Christine é uma artista, capaz de juntar música, teatro, dança e uma série de outras expressões num só espetáculo, fazendo uso das potencialidades da multimédia e envolvendo o público numa experiência singular, que não se esquece facilmente. Lançou o primeiro EP, “Miséricorde”, em 2011, ao qual se seguiu um outro, “Mac Abbe”, editado logo no ano seguinte. A partir de 2013, e com o lançamento do terceiro EP, “Nuit 17 à 52”, o nome Christine and The Queens começa a ser cada vez mais falado, conquistando o público, a crítica e várias nomeações para prémios em França. E o capítulo seguinte desse sucesso chegou com o lançamento do primeiro disco, “Chaleur Humaine”, em 2014. Este registo conta história da sua adolescência e deu-nos temas como “Saint Claude”. Quatro anos depois, anos de estrada de amadurecimento para Heloise, chegou a hora de um novo disco, já editado em 2018. “Chris” tem aquilo que há de melhor no álbum de estreia, mas vai mais além, com pop e r&b à moda dos anos 80, e até um toque de funk. A identidade, a sua própria identidade, continua a ser o grande tema de um disco que nos brinda com canções como “Girlfriend” ou “Doesn’t Matter”. Dia 19 de julho, no Palco Super Bock do Super Bock Super Rock.

Uma das bandas britânicas mais estimulantes da atualidade começou quando o vocalista Charlie Steen, os guitarristas Sean Coyle-Smith e Eddie Green, o baixista Josh Finerty e o baterista Charlie Forbes se conheceram na escola. Os Shame nasceriam em 2014, ainda nos anos de adolescência destes rapazes. Quando muitos podem até duvidar da vitalidade do rock originário de terras de Sua Majestade, os Shame são um dos melhores exemplos de como o rock inglês continua bem vivo e a marcar gerações. Começaram a tocar no Queen’s Head, um bar de Brixton onde também atuava uma outra banda, os Fat White Family.

Inspirados por músicos e escritores como The Fall, e Irvine Welsh, os Shame foram em busca da sua própria linguagem, próxima do pós-punk, mas sem fechar a porta a outras influências. O primeiro single, “The Lick/Gold Hole” foi a primeira pista para o sucesso que aí vinha. Em 2017 assinaram pela Dead Oceans e lançaram as canções “Tasteless”, “Concretude” e “Visa Vulture”, um tema com uma mensagem política mais forte. Nesse mesmo ano foram para o estúdio e gravaram o seu disco de estreia, “Songs of Praise”, que viria a sair no início de 2018. Desde o já falado universo pós-punk, passando pelo punk mais cru de algumas canções, até temas mais ambiciosos como “Angie”, a verdade é que os Shame nunca deixam de ser rock neste seu disco de estreia, um rock cheio de energia juvenil e também com sentido de humor, melancolia e muita inteligência. O disco foi muito bem recebido tanto pelo público, como pela crítica (a NME deu-lhe mesmo a nota máxima, 10/10). Ao vivo, estes cinco rapazes são responsáveis por alguns dos melhores concertos que o público britânico tem visto nos últimos anos: são momentos viscerais e verdadeiramente estimulantes, onde todos são convidados a participar na energia única dos Shame. E um desses momentos já tem data marcada em Portugal: dia 19 de julho, no Palco Super Bock.

 

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