20 Volts… um encontro transdisciplinar que acontece no Porto

2020 marca o lançamento de uma nova linha de actuação na Circolando: o 20 Volts, um encontro transdisciplinar  promovido na Central Elétrica, o nosso espaço de residências e programação na cidade do Porto. Com curadoria de Pedro Vilela, decorre nos dias 9 e 10 de Dezembro na Central Elé-trica, sita no CACE Cultural do Porto, e reúne um conjunto de artistas e obras, terminadas e em processo, de vários países. Nesta primeira edição de um projecto que se quer continuado e em escala crescente, a escolha dos projectos a apresentar procurou o diálogo com o tema pesquisado ao longo do ano: Corpo-Arquivo.

 

Passível de múltiplos sentidos, o Arquivo refere-se habitualmente ao campo material (conjunto de documentos) ou ao simbólico (noção de memória). Da pesquisa efectuada neste últimos tempos, torna-se evidente a recorrente capacidade que os arquivos têm de nos oferecer ideias e narrativas e, ao mesmo tempo, gerar uma profunda fricção quanto à transitoriedade própria das artes performativas. 20 Volts procura a investigação deste tema no campo artístico, questionan-do: em que medida pode a arte interrogar o pensamento do corpo-arquivístico.

 

O evento conta com artistas de 3 países (Brasil, Inglaterra e Portugal), dividindo-se em 6 ciclos: conferências performativas, mostras de processos, apresentações de performance, artes visuais, conversas com os artistas e  lançamento de  publicações.

 

No ciclo de conferências performativas, Raquel André e a sua Coleção de Pessoas, projeto com destaque nas artes performativas a nível europeu, e Rui Paixão com Irredutível, uma partilha da pesquisa desenvolvida ao longo dos últimos dois anos por um dos principais clowns portugueses.

 

Focando-nos no processo enquanto arquivo inacabado, realizaremos a mostra inprocess de Feedback, solo de André Braga, com co-criação de Cláudia Figueiredo, e LandMarks #7– Pateh, uma história inacabada, série performativa work in progress iniciada em 2015, que resulta de uma investigação artística sobre questões de identidade, em especial sobre as origens iranianas da artista Rebecca Moradalizadeh.

 

Destaque desta edição inaugural de 20 Volts para a estreia do espectáculo La Bête a.C d.C de Wagner Schwartz e a apresentação de On The Road de Tó Trips e Tiago Gomes. La Bête a.C d.C, do artista brasileiro Wagner Schwartz é uma criação específica para o 20 Volts e parte do espectáculo La Bête, polémica obra que carrega consigo um dos mais fatídicos even-tos de censura ao corpo no Brasil dos últimos anos, aquando da sua exibição no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 2017. Wagner retoma o trabalho censurado, anos depois, propondo-nos uma nova forma de interagir neste tempo de pandemia.

On The Road é um tributo de Tó Trips (Dead Combo) e Tiago Gomes ao aclamado livro homónimo de Jack Kerouac, publicado em 1957, em formato spoken word. O espetáculo apre-sentado pela primeira vez em 2007 na exposição ‘Remembering Jack Kerouac’ revela um novo olhar em torno da ‘Bíblia’ da Beat Generation.

Completa a programação a instalação Andor do Atelier Caldeiras e a exposição Coleção de Espectadors, de Raquel André, abertas ao público nos dois dias do evento, entre as 17h e as 22h.

 

Cada dia terminará com uma roda de conversa entre o público e os artistas, momento em que lançaremos várias publicações: VOLT #0 2020 Corpo-arquivo, da Circolando (09 de Dezem-bro), Nunca juntos mas ao mesmo tempo, de Wagner Schwartz + TREMA! Revista, últimas 3 edições (10 Dezembro).

E o melhor! Toda programação é de entrada livre, mediante reserva

Partilha