“Para Fora Cá Dentro”… música eletrónica para fugir às fórmulas da Inteligência Artificial

Se há coisa que no álbum “Para Fora Cá Dentro” o Turista (nome artístico de João Gomes), seu autor, quer evitar, são as receitas típicas da música eletrónica de sucesso: Introdução + Build Up (a crescer, lentamente) + Drop (refrão) + Descida + depois voltar a subir + novamente o refrão… e o processo repete-se.

Em “Para Fora Cá Dentro”, lançado eta sexta feira 15 de setembro, em todas as plataformas de streaming, a eletrónica não é assim.

 

Som militantemente digital, todo produzido em computador, conta, porém, com contrabaixo, baixo, guitarras… e uma voz feminina. O Turista, seu autor, tem uma longa biografia musical que começa em Lisboa nos anos 80, passa pelos LX-90 e por dez anos em Londres, antes de se dedicar a produzir discos, a acompanhar outros artistas e ao ensino.

As músicas recriam referências dos anos 90, algum tecno e alguma house, um pouco de trip hop, algo de jungle, uma ressonância de drum and bass. “É um som integralmente feito ‘in-the-box’ [no computador] sem recurso a métodos analógicos, que recusa a construção de músicas através de fórmulas que toda a gente repete”, afirma João Gomes. “É uma música assumidamente digital que recusa as facilidades oferecidas pela Inteligência Artificial, ou seja: ao contrário de fórmulas previsíveis, este álbum procura transmitir uma sensação de certo desconforto, de que alguma coisa inesperada está prestes a acontecer”

 

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