O Iminente Takeover realiza-se nos dias 14 e 15 de Outubro, com entrada gratuita, ocupa o centro mais simbólico de Portugal e coloca em perspectiva o conceito de descentralização. Dino d’Santiago, Pongo, Omar Souleyman, Pedro Mafama, Rita Vian, Soraia Ramos e Sam The Kid, todos com convidados especiais, são alguns dos nomes do cartaz.
Durante dois dias, o festival ocupa o centro de Lisboa com a edição Takeover, com o intuito de questionar a noção de margens no centro mais simbólico do país, com música, artes visuais, dança, desportos urbanos, projectos comunitários, conversas, gastronomia e muito mais. Criando pontes entre diferentes expressões da cultura urbana, o Iminente continua a proporcionar encontros em torno da criação artística, e da sua relação com a cidade, as suas comunidades e subculturas. Desta vez, no Terreiro do Paço, sobre o mote DESCENTRALIZAR.
Neste Iminente Takeover, tanto na música (que, como habitualmente, engloba géneros como o hip hop, rap, funk, pop e world music, entre outros) como nas artes visuais e conversas, são explorados temas como a colaboração e a participação na construção de sociedades mais justas, representatividade e visibilidade, mas também mostra como a descentralização pode manifestar-se em vários aspectos do mundo, como geografias e fronteiras, estruturas sociais, económicas e políticas (de equidade e segregação), instituições culturais, e abordagens tecnológicas. Ao afastarmo-nos dos centros, podemos potenciar novos imaginários e promover novas possibilidades. Como podemos falar destas ideias no maior centro do país?
No campo das artes visuais, DESCENTRALIZAR é também o ponto de partida das obras dos artistas presentes nesta edição. E se partimos do pressuposto de que não há margens, só centros? E se questionarmos a ideia binária centro versus margem e entendermos que, numa mesma cidade – ou sociedade – coexistem diversos centros? É sob essa perspectiva que o grupo de artistas visuais deste ano, escolhidos pelos Bairros com quem o Iminente trabalha, irá refletir nos trabalhos criados especialmente para o festival. Através das suas expressões criativas, poderão oferecer uma visão única, também contemplativa, sobre o potencial social e o impacto deste conceito.
Sendo também uma extensão do trabalho que artistas desenvolveram no âmbito da edição de 2023 do projecto Bairros – Workshops Artísticos Comunitários Iminente (a decorrer entre Junho e Outubro, nos bairros Alta de Lisboa, Rego, Vale de Alcântara e Vale de Chelas), os artistas Fiumani, Cássio Markowski, Vhils Studio, Márcio Carvalho e Dish trabalham o tema da Descentralização imbuídos dos estímulos que as comunidades lhes deram.
Segundo Carla Cardoso, “apesar de já tradicional na cena lisboeta, o festival Iminente nunca permanece igual: reinventa-se todos os anos com o intuito de promover edições singulares e surpreendentes. Desde 2016, já estivemos no Jardim Municipal de Oeiras, no Panorâmico de Monsanto, e na Matinha, em Marvila, e este ano, estaremos no Terreiro do Paço, local cada vez mais moldado pelo turismo, enquanto as comunidades locais e a cultura urbana estão progressivamente circunscritas a outros centros. Estamos muito contentes por fazer esta edição no coração de Lisboa, com entrada livre, contribuindo para o usufruto desse espaço por quem habita a cidade”.
