FMM… Novas confirmações africanas para 2018

Entre nomes lendários e novos valores, há mais música de África confirmada na 20.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, que se realiza em Sines e Porto Covo, de 19 a 28 de julho de 2018.

Umas das lendas vivas que Sines recebe em 2018 é Bulimundo. A história da música de Cabo Verde é indissociável da história este grupo. Fundado em 1978, no interior da ilha de Santiago, Bulimundo levou o funaná até às zonas urbanas e à diáspora cabo-verdiana espalhada pelo mundo. Com acordeão diatónico, facas que marcam o ritmo raspando barras de ferro, mas também instrumentos eletrónicos, Bulimundo abriu os horizontes do funaná.

Outro nome de peso confirmado no FMM Sines é o de Oliver Mtukudzi, embaixador da música popular do Zimbabué. Com 40 anos de carreira, 60 álbuns de originais, o cargo de embaixador UNICEF para as crianças da África oriental e meridional, “Tuku” (como é conhecido pelos fãs) é admirado um pouco por todo o mundo. Um artista com um estilo único e que estará presente em Sines apoiado pela banda que o acompanha desde os anos 70, The Black Spirits.

 

Também atuará na 20.ª edição do FMM Sines o grupo Maravillas de Mali, primeiro grupo afro-cubano com origem em África. No concerto em Sines estará presente Boncana Maïga, pertencente ao grupo original de músicos malianos que nos anos 60 viajou para Havana para aprender música cubana, acompanhado por novos músicos que fizeram a mesma viagem. Nesta digressão têm como convidado especial Mory Kanté, cantor e mestre do kora, um dos mais altos representantes da cultura dos griots mandingas.

Filho de Ali Farka Touré e apelidado de “Hendrix do Sahara“, Vieux Farka Touré (na foto) é um dos grandes guitarristas de África. Nascido em 1981, em Niafunké, o pai não viu com bons olhos o seu sonho de seguir a música. Foi Toumani Diabaté que ajudou a convencer Ali Farka, que acabou por dar a sua bênção à vontade do filho. Com o seu estilo pessoal, feito de blues do deserto com influências de rock, funk, reggae, música latina e sons de outras latitudes de África, estreia-se no festival em formação de trio.

Prémio Découvertes RFI 2015, Elida Almeida é um dos grandes talentos a surgir recentemente na música cabo-verdiana. Volta ao festival com um novo disco, “Kebrada“, onde afirma a sua identidade africana, mas tempera de energia latina os ritmos cabo-verdianos do batuque, funaná, coladera e tabanka. Os temas abordados nas suas canções são as tradições e fragmentos da vida quotidiana no arquipélago subsariano, local de passagem para marinheiros desejosos de juntar as duas costas do Atlântico.

O FMM Sines 2018 terá também privilégio de receber o grupo Imarhan, discípulo de Tinariwen e mais uma banda a trazer a nova onda da música tuaregue para os palcos internacionais. Originários de Tamanrasset, no extremo sul da Argélia, acabam de lançar o seu segundo álbum, “Temet“, blues do deserto com uma vertente contemplativa, mas também, outra, mais extrovertida (nalguns casos, explosiva), absorvendo influências de funk, fuzz, disco e rock.

Outra confirmação africana é a orquestra Timbila Muzimba, que celebra a música de Moçambique em torno de um instrumento que é o orgulho do país, o m’bila (plural: timbila), xilofone do povo Vachopi, que habita as províncias de Gaza e Inhambane. A orquestra nasceu em 1997, a partir de um grupo de músicos e bailarinos que cresceram nos arredores de Maputo, a que se foram juntando outros músicos da capital com raízes em províncias do norte e centro do país.

Finalmente, Mark Ernestus’ Ndagga Rhythm Force, colaboração com um pé em Berlim e outro em Dakar. A ideia do projeto foi do produtor alemão Mark Ernestus, um dos mais brilhantes inovadores da música eletrónica, particularmente no estilo dub techno, que viajou para África atraído pelo polirritmos do mbalax, o popular estilo de música senegalês. Com a voz de Mbene Diatta Seck na frente, Ndagga Rhythm Force foi o grupo que reuniu para materializar o seu sonho de fusão.

Partilha