“Erratic Wave” é o mais recente disco de Melodraw

A linha a que chamamos vida ou a forma da vida não se define, por mais que tentemos, de modo algum. O melhor que podemos fazer é, e sempre num sentido lato, tentar aceitar aquilo que ela nos dá e irmos moldando o nosso sentir e viver a ela.

No fundo, esta onda errática transporta em si o mistério do indeterminado e deixa-nos à deriva da sua força e maré.

“Erratic Wave” é o segundo disco de Melodraw e foi feito ao sabor desta indeterminação que é a vida, sem planos nem predisposições. Aborda temáticas tão díspares quanto a relação de PJ Harvey com Nick Cave, a alienação social e as relações humanas.

É um disco feito para amantes de música alternativa, passando pelos aficionados pelo som de Seattle dos anos 90, até aos que passam o dia a cantarolar aquela canção que lhes ficou no ouvido, contendo influências que vão desde o rock poderoso dos Nirvana, Pixies e Foo Fighters ao som mais progressivo e cerebral dos Pink Floyd e Yes. As guitarras elétricas com distorção são um dos principais ex-libris, tal como as teclas e sintetizadores a soar a 70’s. Não descurando a intensidade da bateria que guia, de forma enérgica, toda a sonoridade do disco, ressalvam-se as guitarras acústicas e paisagens sonoras mais etéreas, sublinhando a fragilidade e quietude que também pairam nas palavras dos temas mais serenos.

 

📸 Luis Sousa

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