Dismantle – To Dissipate… Pedro Pascoinho em exposição individual

As obras de Pedro Pascoinho têm-se apresentado, de acordo com texto de Marco Mendes, como um trabalho de recolha de ícones culturais do ocidente europeu do período pós-segunda guerra mundial. Mendes refere a importância da relação entre o processo de recolha consecutiva de imagens, muito específico do género do cinema norte americano, bem como toda a sua cultura visual envolvente e gosto pessoal do artista.

Ana Luísa Barão, no texto para a exposição na galeria Rooster, acentua o ambiente enigmático e a relativa ambiguidade das obras do artista, que agrega imagens dispares numa espécie de collage/assemblage. Para exposição do artista no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Ana Pires Quintais refere a abordagem do artista à questão do tempo. Emergem sistematicamente motivos como árvores e objetos enquanto sinais da passagem do tempo ou fragmentos de destruição, onde Pedro Pascoinho aborda o tema do envelhecimento, dando a sensação de patina.

Todos estes tópicos são absolutamente incontornáveis numa leitura do trabalho de Pascoinho.

No entanto, inspirado numa frase de Eva Hesse e título de um catálogo de uma exposição de Solomon R. Guggenheim Museum de Nova Iorque, Abstraction in the Twentieth Century: Total Risk, Freedom and Discipline, comissariada por Mark Rosenthal, decidi contribuir para a leitura da obra de Pascoinho a partir do título da exposição, alterando-lhe a ordem: Liberdade, Disciplina e Risco Total.

Só a Liberdade permite a um artista procurar o suporte que mais gosta e que lhe permite explorar ainda mais os limites do seu trabalho. Pascoinho começou por empregar a tela como suporte, para depois passar à madeira e terminar utilizando papel industrial. Este papel apresenta uma mistura de tons característicos tanto da tela crua como da própria madeira, remetendo assim para ideia de passado, passagem de tempo ou mesmo de patine, tão presente no seu trabalho.

O artista é também livre na forma como gere o espaço pictórico, introduzindo

propositadamente um passe partout à volta das imagens que cria. Sem tratamento algum, esta técnica aparentemente incompleta enquadra o nosso olhar na mancha de tinta.

 

Inauguração: 21 Junho, 19h00 – 22h00

Duração: 21 de Junho a 14 de Setembro 2018

Acervo – Arte Contemporânea (Rua do Machadinho 1, Lisboa )

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