A estranha inocência dos Explosions in the Sky no Vodafone Paredes de Coura

Ao inicio da noite suavam os primeiros acordes de “First Breath After Coma” no Vodafone Paredes de Coura… não, não era a banda de Leiria com o mesmo mas sim o coletivo de Portland, Explosions in the Sky, que inspirou o grupo de Leiria em diversos sentidos.

Abriam-se assim as portas do palco do álbum “The Earth Is Not a Cold Dead Place”, tocado na integra pelos norte americanos e que celebra 20 anos em 2023.

 

Quando o quarteto texano lançou me 2001 “Those Who Tell the Truth Shall Die, Those Who Tell the Truth Shall Live Forever”, foi injustamente atormentado pela coincidência de ter lançado um disco com um titulo sombrio na véspera dos atentados de 11 de setembro desse ano… e sim, o álbum tinha uma faixa chamada “This Plane Will Crash Tomorrow“.

É neste contexto sombrio que surge dois anos mais tarde, em 2003, o segundo disco dos Explosions in the Sky, “The Earth Is Not a Cold Dead Place”. Embora o álbum carregue ainda o melodrama sinistro de “Those Who Tell the Truth…”, “The Earth Is Not a Cold Dead Place” torna-se ainda mais problemático na abordagem sonora que apresenta. Até o título, com ênfase na palavra “não”, estabelece uma ligação a um intenso desejo de otimismo face a circunstâncias e acontecimentos terríveis dois anos antes espelhado em temas como “Six Days at the Bottom of the Ocean” ou “The Birth and Death of the Day” culminando em “Great Death”.

🖋 Sandra Pinho

📸 Paulo Homem de Melo

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