140 mil visitantes passaram pelo Primavera Sound Porto

A edição de 2023 do Primavera Sound Porto voltou a revelar-se um sucesso, tendo atraído ao Parque da Cidade um número recorde de 140 mil visitantes, que geraram um impacto económico global na cidade de 48,5 milhões de euros, calculado com base nas despesas realizadas em alojamento, deslocações ou viagens, refeições, entre outras.

O estudo realizado pelo ISAG-EBS e pelo CICET-FCVC durante os 4 dias da 10ª edição do festival demonstra novamente um elevado grau de satisfação do público com o evento, que se reflete nos quase 70% dos 1.555 inquiridos a manifestar a intenção de regressar em 2024.

 

No balanço do impacto económico, que fez movimentar hotelaria, restauração e atividades turísticas, o alojamento voltou a ser a despesa mais significativa (136,32 euros diários), com 33% dos festivaleiros residentes fora da Área Metropolitana do Porto (AMP) ou no estrangeiro a optar por pernoitar em hotel, utilizando preferencialmente o Booking (67%) para efetuar a reserva. O alojamento local foi a preferência de 26% dos inquiridos, a casa de amigos de 20% e o hostel de 14%. O preço foi o fator que mais influenciou a escolha do local da estadia de 38% do público, seguido da proximidade do recinto (20%), da notoriedade do alojamento (15%) e da experiência anterior (13%). Os inquiridos responderam que permaneceram, em média, 4,9 noites na cidade.

 

Em segundo lugar, no que respeita aos gastos diários nesta jornada de música e animação, surgem as refeições (52,03 euros diários) e as deslocações e viagens (48,20 euros diários). As despesas com cultura e lazer (42,99 euros diários) e compras ou presentes (42,78 euros diários) destacam-se também entre as mais avultadas.

 

No interior do recinto, o gasto médio diário por pessoa – excluindo o valor do bilhete ou do passe geral – cifrou-se em 41,71 euros. O cartão bancário voltou a ser o método de pagamento preferido (57%), seguido das transações digitais por MBWay (21%).

 

As redes sociais do Primavera Sound Porto (36%), as de um amigo ou familiar (18%) e a recomendação/passa-palavra (12%) foram os principais meios através dos quais o púbico teve conhecimento do festival. No interior do recinto, a maioria (63%) revelou ter publicado conteúdos nas redes sociais, sobretudo recorrendo ao Instagram (94%) e ao Facebook (14%).

 

No balanço final dos quatro dias do Primavera Sound Porto, o grau de satisfação global dos inquiridos, medido numa escala de 1 a 5, fixou-se nuns significativos 4,1 valores. Entre os vários parâmetros avaliados, o local do evento foi o que mereceu melhor nota (4,4), com a organização (4,2), a acessibilidade (4,2) e a cenografia (4,1) a receberem, também, uma boa classificação.

 

A adesão do público reflete-se na assinalável percentagem que manifestou intenção de regressar em 2024: 68% dos inquiridos. Além disso, 31% afirmaram já ter participado no festival pelo menos numa das edições anteriores. O Primavera Sound Porto mostra, igualmente, ser capaz de conquistar novos públicos: 67% do público era estreante. De salientar, o facto de 38% do público ter adquirido o passe geral, marcando presença nos quatro dias do evento.

 

Entre os principais motivos que atraíram os festivaleiros ao Parque da Cidade, medidos numa escala de importância de 1 a 5, a localização, o cartaz e os headliners (4,1) foram os mais valorizados. A reputação (4,0), a socialização (3,9) e o caráter único do festival foram indicados como outros fatores relevantes.

 

Segundo os dados recolhidos pela equipa de investigadores do ISAG-EBS e do CICET-FCVC, que estiveram no terreno durante os quatro dias do evento a aplicar os inquéritos por questionário, 86% já tinham participado anteriormente num festival, enquanto 43% planeavam estar presentes, ainda este ano, em dois a quatro festivais, e 32% em um. Refira-se, ainda, que 46% dos participantes afirmaram já ter viajado para fora do seu país para marcar presença num evento deste género.

 

O estudo realizado conclui também que 29% dos 1.555 inquiridos eram provenientes do estrangeiro, com destaque para as nacionalidades britânica (13%), brasileira (12%), espanhola (11%), norte-americana (7%), francesa (7%), alemã e italiana (ambas com 6%), belga (5%) e holandesa (4%).

No universo do público com residência em território português, 71% residiam na AMP e 29% eram provenientes de outros concelhos do país, nomeadamente Lisboa (42%), Braga (13%) e Aveiro (11%).

Entre os visitantes internacionais e os residentes fora da AMP, que representaram 45% da amostra, 78% deslocaram-se ao Porto propositadamente para assistir ao festival, tendo 57% respondido que aproveitaram a estadia para visitar a cidade.

Ainda, relativamente ao perfil sociodemográfico do total de inquiridos, 51% eram do género feminino e apresentavam uma média de idades de 30,6 anos. A maioria era solteira (67%), tinha habilitações de nível superior (73%) e estava profissionalmente ativa (66%).

 

No que se refere aos meios de transporte utilizados para se deslocar ao recinto, destaca-se o recurso a viatura própria (35%). Na lista seguem-se autocarro (21%), metro (11%), TVDE e deslocações a pé (ambas com 10%).

 

O ISAG-EBS realiza há mais de 12 anos – e em parceria com o CICET-FCVC desde 2021 -, trabalhos de investigação aplicada em festivais e outros grandes eventos, que têm como objetivo analisar o público, o comportamento e a satisfação do consumidor, assim como avaliar as marcas patrocinadoras e o impacto económico do evento para a cidade. A parceria com o Primavera Sound Porto já é longa, tendo iniciado na segunda edição do festival.

 

Amostra: 1.555 inquiridos (7, 8, 9 e 10 de junho), com um intervalo de confiança de 95% e um erro amostral de 5%, pelo que as amostras recolhidas são representativas da população em estudo.

 

📸 Paulo Homem de Melo

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