YAKUZA põe todo o cool no jazz. Ao segundo álbum deste coletivo que se apresentou em 2020 com “AILERON”, é notável a progressão na conjugação da eletrónica dentro do universo permeável do jazz. Em “Penha” e “Batota”, os dois singles estreantes deste novo disco, já nos brindavam com esta naturalidade na criação por parte dum grupo aberto a cinco elementos – Afonso Serro, Afta3000, Pedro Ferreira, Alexandre Moniz e Pedro Nobre -, que tem a magia de se fazer mais forte na mobilidade entre músicos em estúdio e em palco.
Em “2” os instrumentais do coletivo YAKUZA falam alto como num tasco e ao longo de 10 temas rodam num cenário improvisado onde as personagens são livres para dançar como em “Truque Di Mente” ou “Partido Alto”, mas também para levitar como em “Batota” ou “KPM” e contemplar como em “Manilha” ou “Aida”. Como pano de fundo há um miradouro lisboeta com vista para Penha de França. A música dos YAKUZA é caracterizada pelo meio urbano de bairros das classes trabalhadoras como Olaias e Picheleira, em que o sentido comunitário e despretensioso prevalece. A juntar-se a essa influência local, confirma-se aqui a consistência numa direção estética que se afirma na modernidade dum jazz não estanque com momentos plenos de sedução provocados por sintetizadores, bateria sincopada, teclados luxuosos e grandes linhas de baixo, movimentado e possante.
“2” está já disponível em todas as plataformas digitais e merecerá uma edição em vinil a ser anunciada em breve nas redes sociais do coletivo.
YAKUZA apresentam ao vivo o disco no próprio dia do seu lançamento, a 25 de outubro, no Maus Hábitos (Porto) e um mês depois, a 30 de novembro, na Galeria Zé dos Bois (Lisboa).
🖋 redação / press release
📸 Mariana Correia