WOOL | Covilhã Arte Urbana celebra 10 anos…

WOOL, o mais antigo festival de Arte Urbana de Portugal, regressa ao centro histórico da Covilhã de 26 de junho a 04 de julho de 2021 e celebra nesta edição uma década de existência.

 

O WOOL | Covilhã Arte Urbana apresenta-se como resultado directo de 2 paixões (Arte Urbana e a Covilhã) partilhadas por um grupo informal de cidadãos que em 2011 sonhou e desenhou este projecto e o submeteu aos Apoios Pontuais da Direcção Geral das Artes,  ambicionando descentralizar a Cultura e apresentar o 1.º festival destas expressões de Arte Contemporânea em solo português, introduzindo-as como ferramentas capazes de promover, inegavelmente e desejavelmente, transformação social, cultural, económica e/ou turística numa comunidade e território, especificamente do Interior, aspirando a sua crescente coesão e sustentabilidade.

 

À data, o desafio (ou inovação), para a organização e para os artistas, seria o de, através de intervenções artísticas em paredes do centro histórico da cidade da Covilhã,  homenagear, corporizar, espelhar e/ou exaltar o valor único deste território e os seus inúmeros bens culturais, sejam estes históricos, arqueológicos, arquitectónicos, linguísticos, documentais, artísticos, etnográficos, sociais ou outros, em novos valores de memória, de autenticidade, originalidade, raridade ou exemplaridade, aspirando a uma aproximação entre a comunidade e a Cultura, estimulando o ‘natural’ desenvolvimento de cada indivíduo e incentivando a (re)descoberta deste território pelos residentes locais e a visitação e permanência pelos visitantes.

 

Volvidos 10 anos, que o WOOL celebra neste 2021, é, no entanto, possível observar inúmeras acções paralelas ao mesmo, em novas geografias e formatos, dirigidos a distintas (e inclusivamente inusitadas) faixas etárias, confirmando o valor da Arte Urbana enquanto instrumento de construção, reabilitação e valorização dos valores fundamentais da cidadania.

 

Na programação de 2021 as Residências Artísticas, que já se encontram em desenvolvimento, estão a cargo de Raquel Belli, fotógrafa e artista visual, que aplica técnicas e padrões usados em cestaria e tecelagem, tirando proveito da aparente aleatoriedade dos objetos/sujeitos retratados e estética criada e Nuno Sarmento que, desde cedo, tem o desenho como sua grande paixão, enchendo cadernos com os traços que ocupam a sua imaginação, mas também com o que a realidade lhe oferece.

 

O resultado do trabalho desenvolvido por Raquel Belli, que tem por base uma recolha pessoal e fotografias cedidas pela comunidade, será exposto durante o WOOL 2021 em várias montras de espaços de comércio local da Covilhã, reforçando o circuito de visitação pelas cerca de 40 peças que compõem atualmente o Roteiro WOOL.

 

Depois de ter participado na edição de 2020 do WOOL, o artista catalão Jofre Oliveras regressa novamente à Covilhã na companhia da premiada fotógrafa Lucía Herrero para darem continuidade ao trabalho iniciado no ano anterior e em conjunto apresentam a Exposição CRISIS, que conta com o apoio da Guarda 2027, região candidata a Capital Europeia da Cultura EM 2027. CRISIS, pretende ser uma reflexão sobre as inúmeras crises ambientais, sociais ou económicas que sendo globais, também compreendem inúmeros impactos no ‘local’.

 

AHENEAH, artista portuguesa que tem pautado o seu percurso artístico por uma exploração de ligações entre os meios digitais e analógicos, procurando desconstruir, descontextualizar e transformar a técnica tradicional do bordado, conectando assim culturas e gerações, estará também pelo WOOL 2021, na orientação da Ação Comunitária Juntos Ponto Por Ponto.

 

Em termos de destaques musicais, a programação WOOL 2021 inclui um Filme Musicado, ou seja, a sonorização do centenário filme “Covilhã Industrial, Pitoresca e seus arredores” (Artur Costa de Macedo, 1921) tocada ao vivo pelos First Breath After Coma e o desenvolvimento de um Roteiro Sonoro, que sob orientação de Daniel Tavares Nicolau aka Defski, objectiva “captar a aura que emana de cada obra e transmitir o âmago do WOOL”.

Para além da recolha de texturas recolhidas “in loco” na cidade da Covilhã e de gravações captadas durante os processos criativos, pormenores, janelas auditivas, fragmentos, vozes e murmúrios, Defski convidou vários músicos nacionais. internacionais para a criação destas 10 paisagens sonoras, entre os quais destacamos Sylvester Onyejiaka (elemento da banda New Power Generation de Prince entre 2012 e 2014), Matt DeMerritt (flautista que tem trabalhado ao longo dos anos com os De La Soul), Sam Merrick (baterista de Charles Bradley e Sharon Jones) e o transmontano Hugo Correia.

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