Wim Mertens ou a celebração da negação em palco com “Inescapable”

Celebrar uma carreira não pode ser motivo de negação. Basta dar uma breve vista de olhos nas composições de Wim Mertens, com 40 anos de carreira e uma discografia que ultrapassa os 60 álbuns, para realçar a importância que ele dá ao conceito ‘Não’ na maior parte de seu trabalho.

 

Discos como “Casting no Shadow”, “Essence of the (k)not”, “No plans”, “no projects”, “No testament”, “Not at home”, “Not me”, “The paths not taken” e ”Unwillen-Nichtwollen” são alguns exemplos disso mesmo.

O compositor oferece uma mudança para o sentido de negação e negatividade de uma maneira que facilmente escapa do cliché tradicional pelo qual muitas vezes o negativo e o ausente estão relacionados. Parece que a abordagem da negação nos trabalhos de Mertens abriu todo um caminho de promissoras perspectivas que se encaixam perfeitamente nos nossos próprios pensamentos e gestos contemporâneos. Como o próprio afirma frequentemente… “cada musico tem que encontrar a sua ‘voz'”

Essa negação é a marca de um grande compositor que celebrou essa sua negação ao longo de 40 anos com a sua expressividade musical única na noite de domingo no CCB, seguindo a sua corrente do ‘não’ uma noite não própria para concertos, principalmente aqueles que envolvem o público de uma forma talhada aos mais estranhos detalhes de casa peça que é apresentada, “Inescapable

Fotografias / Reportagem: Arlindo Homem

Partilha