Violinista Sayaka Shoji em concerto com Orquestra Filarmónica Portuguesa

Solista ‘de primeira linha’, intérprete ‘técnica e musicalmente brilhante’, artista ‘viciada na energia vital’ da música, convidada especial da ‘elite mundial das orquestras’. Todas estas descrições se referem à violinista Sayaka Shoji, que a 25 de outubro atua no principal auditório do Europarque com a Orquestra Filarmónica Portuguesa, sob a direção do maestro Osvaldo Ferreira.

 

A parceria é uma estreia no âmbito da 43.ª edição do FIMUV – Festival Internacional de Música de Paços de Brandão e associa uma das mais recentes formações coletivas do meio artístico português ao talento de uma solista que, tendo hoje 37 anos, aos 16 já era notícia mundial ao tornar-se a mais jovem instrumentista a vencer o prestigiado Prémio Paganini.

 

Augusto Trindade, diretor artístico do certame, explica que o caráter distintivo do concerto marcado para as 17h30 do próximo domingo, dia 25, tem por base a conjugação de dois fatores: “O deles é que Sayaka Shoji é técnica e musicalmente brilhante, pertence ao xadrez dos principais violinistas da atualidade e, ainda tão jovem, tem já uma carreira internacional impressionante e um currículo invejável. O outro aspeto é que a acompanhá-la em palco estará a Orquestra Filarmónica Portuguesa, cujo elevado nível performativo se revela assim ao nível do calibre desta solista e prova que, no período de apenas quatro anos desde a sua constituição precisamente no FIMUV, este coletivo cresceu exponencialmente, estabeleceu parcerias com as principais salas de espetáculo do país e trabalhou com uma série de músicos internacionais de inquestionável valor – conseguindo tudo isso sem nunca ter beneficiado de apoios estatais”.

 

O maestro Osvaldo Ferreira, que, juntamente com Augusto Trindade, é cofundador da Orquestra Filarmónica Portuguesa, partilha de idêntica opinião. Defende que, ao convidar Sayaka Shoji, o coletivo de 50 músicos está a gerar “um encontro de ideias” e a assumir um desafio comum: “Estamos a elevar o nosso pathos artístico no diálogo com uma solista de nível mundial. Sayaka atua com uma elite de orquestras mundiais e é neste patamar que queremos estar de forma permanente”.

 

Esta parceria entre os artistas portugueses e a violinista japonesa constitui também um marco particularmente simbólico numa época tão restritiva quanto a da atual pandemia de covid-19. “Fica ainda mais nítido que as ações de diálogo cultural e artístico provocam reações e atitudes colaborativas no cenário global”, defende Osvaldo Ferreira. “A arte promove o avanço da sociedade como um todo, podendo contribuir para o equilíbrio da mesma, ajudar à preservação de valores e promover até a saúde e o bem-estar gerais. A realização de eventos culturais em contextos adversos e extremos dá-nos a oportunidade de medir a nossa capacidade de inovar e de criar diálogo e coesão social. Obriga a reflexões, abre verdadeiras autoestradas de conhecimento, mobiliza ações coletivas”.

Partilha