Um casamento africano no Centro Internacional das Artes José de Guimarães

Otim Alpha chega do Uganda com a promessa de pôr toda a gente a dançar no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), no próximo dia 28 de setembro.

A tradição dos casamentos do norte do seu país é cruzada com a eletrónica, resultando numa música delirante e contagiante, que não deixará ninguém indiferente. O músico africano é o segundo convidado do ciclo de músicas do mundo ‘Terra’, promovido pela Capivara Azul – Associação Cultural e programado em diálogo com as coleções de arte de José de Guimarães patentes no CIAJG.

 

Terra’ é um ciclo de programação de músicas do mundo, pensado para dialogar com a coleção permanente do CIAJG. As peças de arte africana, chinesa antiga e pré-colombiana, reunidas por José de Guimarães e expostas neste museu são a inspiração para a programação que agora traz Otim Alpha ao Centro. Desde os anos 1980 que Otim Alpha tocava em casamentos no norte do Uganda, na região Acholi. Depois, começou a reinterpretar as canções Larakaraka dessas cerimónias, com a ajuda de um computador. As possibilidades eletrónicas e de produção digital dos MIDI foi acrescentada pelo colaborador Leo Palayeng. Juntos, construíram um novo género musical, Acholitronix. É uma música híper-frenética, polirrítmica, que cruza percussões eletrónicas e instrumentos tradicionais, com a voz (e os gritos) típicos da música do norte do Uganda. Em palco, é uma festa garantida, como já pôde comprovar o público de festivais europeus como o mítico Roskilde, na Dinamarca, ou o Rewire, na Holanda.

 

Em disco, Otim Alpha apresentou-se pela primeira vez em 2016, com “Gulu City Anthems”, um conjunto de canções escritas e gravadas ao longo de 11 anos – entre 2004 e 2015 – lançado pela Nyege Nyege Tapes, uma das editoras mais inquietantes da cena africana. Otim Alpha faz aqui a sua estreia absoluta em Portugal. Depois do convite da Capivara Azul – Associação Cultural para integrar a programação do ciclo de música do mundo ‘Terra’, o músico fechou também um acordo para tocar na ZDB, em Lisboa, na mesma altura.

 

O ciclo de músicas do mundo ‘Terra’ vai ocupar a Black Box do CIAJG, em Guimarães, até ao final do ano, promovendo o diálogo entre culturas. Depois do arranque em julho, com um memorável concerto de Aline Frazão, o ciclo vai prolongar-se até 23 de novembro, dia em que tocam Zulu Zulu, banda baseada em Palma de Maiorca, em Espanha. Este espetáculo está integrado no programa de comemorações dos 80 anos do artista José de Guimarães. Na semana anterior, a banda espanhola estará em residência artística no Centro de Criação de Candoso e no CIAJG, preparando novo material que será estreado em Guimarães.

 

Partilha