Teatro da Didascália estreia A Ascensão de Arturo Ui, de Bertolt Brecht, no Teatro Carlos Alberto

Bruno Martins leva à cena a parábola de Brecht para questionar a atual reconfiguração do sistema político português. A Ascensão de Arturo Ui estreia-se no dia 9 de novembro no Teatro Carlos Alberto no Porto, onde fica em cena até ao dia 12.

 

Bertolt Brecht escreveu A Resistível Ascensão de Arturo Ui (1941) no contexto da escalada do nazismo na Alemanha. A coberto da retórica e da alienação coletiva, traça um paralelo entre a ascensão do protagonista ao mundo da máfia americana e a ascensão de Hitler ao poder. O encenador Bruno Martins, diretor artístico do Teatro da Didascália, leva agora à cena esta parábola do dramaturgo alemão, perguntando de forma subtil: e se toda a ação da peça acontecesse na nossa casa da democracia?

Nesta adaptação, Ui e o seu gangue são um espelho da violência, xenofobia e intolerância que infetam os nossos mundos físico e virtual. São personagens presentes nas redes sociais, nas mensagens privadas de ódio, nas caixas de comentários dos órgãos de comunicação social, tantas vezes replicadas nas conversas de mesa de café. A partir da peça de Brecht, A Ascensão de Arturo Ui propõe olhar particularmente para dentro das nossas fronteiras, onde a reconfiguração do sistema político já está em curso.

 

Com interpretação de Diana Sá, Eduardo Breda, Gonçalo Fonseca, Luísa Guerra, Pedro Couto e Valdemar Santos, A Ascensão de Arturo Ui está em cena no Teatro Carlos Alberto entre 9 e 12 de novembro. As sessões de quinta-feira e sábado são às 19h00, a sessão de sexta-feira é às 21h00 e a de domingo às 16h00. No dia 10 de novembro, há uma conversa pós-espetáculo mediada por Mónica Guerreiro e, no dia 12 de novembro, a peça tem tradução em Língua Gestual Portuguesa.

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