Sunflowers soltaram o caos nos Maus Hábitos… “A Strange Feeling Of Existential Angst”

Quem pensou que os Sunflowers tinham deixado para trás o caos e glória à distorção, enganou-se bem, e a prova foi a noite desta quinta feira, 6 de abril nos Maus Hábitos

A banda do Porto apresentou o seu quarto e novo álbum, “A Strange Feeling Of Existential Angst”, mostrando-se mais caótica que nunca. 

 

Sobre o disco e que traduz na plenitude a apresentação ao vivo, a banda refere…

“Tem sido caótico. Nós sabemos. Tudo está a mudar à nossa volta, acontecendo a um ritmo tão rápido que se torna difícil acompanhar todas as caras, lugares e idealismos na nossa existência colectiva. Há uma estranha sensação à nossa volta nestes dias. É difícil pôr-lhe um nome, ou mesmo descrevê-lo. Nós sabemos, nós também o sentimos.

Nos últimos 3 anos, pensámos muito sobre a nossa existência. Deveríamos continuar? Será que podemos continuar? Será que queremos continuar? As respostas a estas perguntas mudaram mais vezes do que esperávamos.

Todos tentavam dizer-nos que está tudo bem. Sempre sentimos que não estava.

Desde ser reduzido a dados humanos capitalizados, até à luta para compreender um mundo que pensamos não ser suficiente para nós ou para o nosso futuro, este disco está repleto de canções directas e cheias de energia nervosa, que as faz vacilar à beira da calamidade.

É uma expressão catártica do que sempre sentimos mas ignorámos: estamos revoltados e queremos falar sobre isso. Tudo isto embrulhado num cartoon onde o comboio começa a tremer e a guinchar, a uma velocidade em que uma pequena pedra o poderia fazer descarrilar.

E este comboio vai levá-lo aos lugares mais inesperados – por vezes em forma de aniquilação sónica, outras vezes nas asas de sintetizadores aparentemente flutuantes e almofadas vocais reverberantes. Haverá momentos em que se perguntarão que parte de tudo isto é suposto estar realmente a desfrutar, mas voltarão sempre pela esquisitice.

Este disco não fornece um modelo para uma sociedade melhor, ou um guião para seguir, e nenhum veredicto sobre os nossos crimes. Deixa-nos com o conhecimento de que somos todos os nossos piores inimigos, os engenheiros mais brilhantes da nossa própria decadência miserável, porque a verdade é que somos os únicos que sabemos como somos verdadeiramente patéticos.”

 

Fotografias: Paulo Homem de Melo

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