Começa a ganhar contornos finais o alinhamento para a primeira edição do SQUARE, evento integrado na programação oficial da Braga 25 – Capital Portuguesa da Cultura que pretende ser um espaço de encontro e debate em torno do talento emergente dos continentes circundantes do Atlântico.
Na lista de dez selecionados a partir das submissões da open call, está a cantora e produtora catalã Adelaida, que combina a sua afinidade com plantas e espíritos para criar canções de embalar góticas que exploram o poder transformador da voz sob a luz da lua cheia. A ela junta-se, Ana Arsuaga, cujo projeto Verde Prato funde elementos de pop, eletrónica e folk com tradições orais bascas. O quinteto energético Skanderani, que canaliza ritmos vibrantes de Afrobeat e tribais numa paisagem sonora de improvisação, enquanto a portuguesa System Sophie, alter ego de Sofia Ribeiro, artista vimaranense que explora novos universos da música ambient. O também português Zancudo Berraco (Henrique Apolinário) com o seu trabalho de experimentação e desconstrução do do techno e do trance, a destacar a relação entre performatividade sonora e fisicalidade nas suas composições improvisadas. Expandindo o alcance global do evento, a artista Halima, baseada em Brooklyn e com raízes na Nigéria e Londres, explora temas de autodescoberta e identidade cultural numa fusão única de folk, jazz e R&B, enquanto a premiada artista brasileira Jadsa mistura MPB, rock, blues e neo-soul com elementos eletrónicos, sendo reconhecida pelas suas contribuições inovadoras para a música brasileira. A rapper avant-garde chilena Planta Carnivora cria narrativas outsider que desafiam as convenções de género, enquanto a banda norueguesa Psudoku reinventa o grindcore com uma abordagem progressiva, empurrando os limites da expressão musical. A completar o leque, o boliviano Susobrino, produtor em viagem pelas imensas possibilidades da música latino-americana.
Para além dos artistas do Open Call, mais dez foram selecionados por parceiros criativos da SQUARE. Entre eles, ANTCONSTANTINO, indicado pelo festival brasileiro Novas Frequências, destaca-se por misturar funk moderno com a vibrante energia do Rio, São Paulo e Minas Gerais. Antonio Fernández e Pedro de Dios (Guadalupe Plata), selecionados pelo festival espanhol Monkey Week, apresentam Cantes Malditos, um álbum inovador de flamenco-blues que explora temas de morte e perda. Continuando o alinhamento espanhol, o festival galego progressivo Sinsal introduz o duo Fantasmage, conhecido pela sua fusão energética de punk, pop e rock. O eslovaco FVLCRVM, descoberto pelo showcase inovador Sharpe, funde géneros de clube com pop suave, evocando uma estética reinventada dos anos 90, enquanto a pioneira do free jazz e dançarina escocesa Maggie Nicols, defendida pelo lendário Café Oto em Londres, é celebrada pela sua influência na música improvisada e pela sua advocacia em prol das mulheres nas artes. O DJ e produtor marroquino Guedra Guedra, apoiado pelo festival ibero-africano IWA Fest, cria paisagens sonoras de alta energia que misturam polirritmos tribais com inovações contemporâneas de dança. Introduzido pela rede COSMOS do festival holandês Le Guess Who?, outro projeto marroquino, Retro Cassetta, é a criação de Badreddine Haoutar (aka Snoopy), que revive a música norte-africana dos anos 80, 90 e 2000, criando um som nostálgico e ambiente com cassetes raras e loops de fita feitos à mão. O festival lusófono MIL apresenta Yeri & Yeni, um duo de Cabo Verde e Sintra que celebra a sua herança através de uma fusão de sons cabo-verdianos, portugueses e africanos. O projeto de Brooklyn, gushes, liderado por Jennae Santos e apresentado pelo centro de artes de NY Basilica Hudson, funde loops hiperrítmicos de guitarra com batidas afro-latinas e rock progressivo dos anos 70, criando performances que celebram a libertação e a psicadelia. Encerrando o alinhamento está o guitarrista e compositor panamiano Ricardo de León, selecionado pela River Down Records, cuja mestria improvisacional cativa audiências com composições ricas e exploratórias.
Confirmadas estavam já as atuações de: ||ALA|MEDA|| (PL), Ale Hop (PE), Arianna Casellas Y Kauê (PT), Asmaa Hamzaoui & Bnat Timbouktou (MA), Caamaño&Ameixeiras (ES), comfort (GB), Dj Fucci (MX), El Khat (MA), Gato Sapato (PT), Hetta (PT), Huggen Luft (UA), Isa Leen (PT), Júlia Colom (ES), Julián Mayorga (CO), Maria Reis (PT), Mynda Guevara (PT), Quadra (PT), Tennaz (AO), Tresor&Bosxh + Belladona&Lombwa (PT) e Unsafe Space Garden (PT).
Em paralelo com os concertos, o SQUARE integrará entre os dias 29 a 31 de janeiro uma conferência que juntará profissionais e curiosos do setor. Dedicado a analisar o conceito de “margem” – nas suas múltiplas dimensões e possíveis desdobramentos – o programa da conferência do Square 2025 será anunciado em detalhe no final do mês
🖋 Redação / press release