Ainda antes do mundo estar sintonizado com o distanciamento social, o inglês Simon Crab e o Canadiano Charles-Émile Beullac criaram música sem nunca se terem conhecido fisicamente.
Foi assim que os Sabaturin nasceram. O material de “Kenemglev” foi trabalhado pelos dois entre 2017-2019 no velho espírito de troca de sons através de cassetes, muito popular na década de 80. “Kenemglev” significa “consenso” em Bretão e é a palavra-chave para entender como este álbum foi pensado e concretizado. “Kenemglev” é música certa para os tempos em que vivemos. 2020 ensinou-nos a perceber, aprender e a comunicar à distância e a importância do consenso.
Beullac retém alguma da identidade do seu projecto Galerie Stratique, cujo álbum “Nothing Down-To-Earth” obteve 8.7 na Pitchfork em 2002, virando as cabeças de fãs de Boards Of Canada. “Kenemglev” nunca se define por uma fórmula e então a música mantém-se solta, tanto Mille Plateaux como clássica assinatura de sampling de rádio de onda curta (frequentemente usada na cena industrial) ou dub, tudo misturado numa única entidade que dispensa associação a quaisquer dos actuais rótulos de imprensa aplicados à música electrónica.
Em vinil, cada lado flui sem interrupção, as faixas encontram-se coladas ou ligeiramente sobrepostas, numa espécie de representação da arte que adorna a capa, gerada por Simon Crab a partir de uma simulação de padrões Chladni.
“Kenemglev” tem edição fisica agendada para 13 de Novembro via Holuzam