“Que Pesadelo!” é o segundo disco d’As Docinhas

Numa era onde cada vez se sabe menos a importância das pessoas e se dá mais valor a um ecrã ou imagem, onde o retrocesso começa a avançar mais rápido que o progresso, onde o consumo se transforma em cansaço e a produção em exaustão e a incerteza ganha cada vez mais espaço, é tempo de gritar!

“Que Pesadelo!“ é como tentar acordar de um, mas é apenas uma comédia!

O segundo disco de As Docinhas revela a necessidade que as mesmas têm em juntar toda a gente no mesmo sítio, continuando a propor um espaço para quem se quiser expressar ou libertar, seja dos outros seja das suas próprias certezas.

Rodeadas de pessoas que insistem em  manter este projeto vivo e fresco, e com raiva suficiente para criar rock mais pesado, querem poder juntar quem normalmente não se junta no mesmo ambiente. Querem que todes mexam cabeças e, até, criar uma nova fauna. Porque, o mais importante sempre foi fazer música inspirada nas pessoas e para as pessoas.

Com a mudança dos tempos muda, também, a música e engane-se quem pensa que está perante um projeto DIY. Esse nunca foi o objetivo e nunca será. O objetivo é sim tentar inspirar milhões a sair de casa e ir para a rua reclamar e lutar pelo que é seu e mais! As Docinhas querem injectar o punk na vida dos que chegaram na era do tik tok e mostrar-lhes onde vão ser felizes.

A sua versatilidade permite-lhes agradar tanto a gays como ao hétero-top, deixando a premissa de que não têm medo de agir, caso seja necessário!

Neste disco pode encontrar-se uma sonoridade que varia entre as guitarras agressivas com distorção do metal, as músicas country com violinos ou até baladas com sintetizadores dos anos 80. Os saxofones não são novidade mas surpreendem sempre e a equipa nunca desilude.

No fundo, servem um cocktail que vai do punk ao blues, do clássico ao free, passando por alguma eletrónica. Onde as sensações, os sentimentos, os desejos, os sonhos e os pesadelos estão num circle pit, num mosh intenso e electrizante.

As Docinhas não são duas!

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