Pataca Discos em parceria com a Sony Music Portugal

A história da Pataca Discos é, na sua essência, uma história de paixão pela música, na qual as qualidades humanas e o talento artístico sempre desempenharam um papel determinante. A credibilidade da Pataca Discos enquanto editora independente foi conquistada com base numa dedicação constante, uma cumplicidade musical que foi crescendo ao longo dos anos, um enorme respeito pelo oficio de músico, e uma consistente exigência artística.

 

Criada em 2009 por João Paulo Feliciano, nasceu da consciência que havia algo por fazer na música em Portugal. Existia uma comunidade musical que começava a emergir vigorosamente, uma nova geração de músicos com um futuro diante de si, incerto, mas apesar de tudo excitante o suficiente para os fazer querer viver disso a todo o custo. E havia uma visão de Feliciano, enquanto músico-artista, sobre como contribuir para esse momento da história da música portuguesa.

 

As primeiras peças do puzzle que viria a constituir a Pataca Discos começaram a ser definidas no verão de 2004, altura em que João Paulo Feliciano alugou um amplo atelier na zona de Xabregas. Com o tempo, esse espaço viria a ser não simplesmente um atelier de artista, mas também sala de ensaios e estúdio. Para isso contribui o investimento que João Paulo e o seu irmão Mário Feliciano fizeram em instrumentos musicais e equipamento áudio para gravação, essencialmente vintage. Uma maravilhosa coleção de ferramentas para produzir música. Em 2008 os dois irmãos criam o Real Combo Lisbonense, orquestra de dança, que se estrearia ao vivo em 2009, e em torno da qual iria nascer e crescer a Pataca Discos. Desde logo contando com o papel que iria desempenhar uma das cantoras da orquestra, a então desconhecida Márcia.

 

Foi a partir destas peças que o puzzle Pataca Discos foi construído: um amplo estúdio, com excelentes características acústicas, uma coleção de instrumentos e equipamento de gravação de alta qualidade, uma orquestra de 11 elementos, e uma cantora-compositora desconhecida, mas com muito talento para mostrar ao mundo.

 

Em finais de 2010 é editado “”, o álbum de estreia da cantora Márcia e a referência nº 001 do catálogo Pataca Discos. Antes disso, em 2009, a Pataca Discos licenciou à Optimus Discos os primeiros EPs do Real Combo Lisbonense e da Márcia. Estes discos, como a larga maioria dos que se lhe seguiram, foram gravados no estúdio 15A.

 

Em 2011 os You Can’t Win, Charlie Brown lançam o seu álbum de estreia “Chromatic”. Disco produzido por Mário Feliciano, também ele estreante, neste caso, na arte de gravar uma banda. Ainda nesse ano a editora apresenta os Julie & The Carjackers, com o disco “Parasol”, desta vez a parceria entre Bruno Pernadas e João Correia.

 

Em 2012, quarta edição, quarto álbum de estreia: “The Imaginary Life of Rosemary and Me” de Walter Benjamim (Luís Nunes, na altura a residir em Londres).

 

Em março de 2014 os You Can’t Win, Charlie Brown lançam o seu segundo álbum “Diffraction/Refraction”, e em abril Bruno Pernadas estreia-se com o disco “How Can We Be Joyful in a World Full of Knowledge” – seguramente um marco na história da editora e da música feita em Portugal. O ano terminou com o lançamento do primeiro álbum do Real Combo Lisbonense: “Saudade de Você – Real Combo Lisbonense às Voltas com Carmen Miranda”. Ainda nesse ano, a Pataca Discos passa a agenciar os seus próprios artistas, contando para isso com a colaboração de João Vaz Silva – a partir desse momento braço direito de João Paulo Feliciano na condução dos destinos da Pataca.

 

2015 foi ano de dar a vez aos Tape Junk de João Correia com o disco “Tape Junk“. Seguiu-se “Auto Rádio“, o álbum de estreia de Benjamim, lançado no início a verão, a tempo da digressão de 33 datas seguidas, com a qual Luís Nunes assinalou o seu regresso a Portugal e a sua transformação num ‘novo’ artista (Walter Benjamim is now dead).  Ainda nesse ano é editado o disco homónimo dos They’re Heading West (João Correia, Francisca Cortesão, Mariana Ricardo e Sérgio Nascimento), gravado entre a Califórnia e o estúdio da editora em Xabregas, e que conta com uma longa lista de convidados, um desfile de estrelas da música portuguesa: Ana Moura, Samuel Úria, Ana Bacalhau, JP Simões, Nuno Prata, Bruno Pernadas, Luís Martins, entre outros.

 

Em 2016 foi dose dupla para Bruno Pernadas com dois discos totalmente distintos entre si, lançados no mesmo dia, e apresentados ao vivo com uma semana de diferença: “Those Who Trow Objects at the Crocodiles will Be asked to Retrieve Them“, natural sucessor do álbum de estreia lançado em 2014, e “Worst Summer Ever“, o disco de Jazz de Bruno Pernadas.

 

Em 2017 Benjamim recupera as suas ligações britânicas dando origem a “1986”, álbum gravado inteiramente em Xabregas, em parceria com o também cantor, compositor e multi-instrumentista Barnaby Keen.

Em 2018 é editado “Novas Ocupaçōes”, o primeiro disco de Tipo (Salvador Menezes dos YCWCB).

 

2019 teve dois lançamentos muito particulares: a primeira edição que a editora faz em cassete, com “Couch Pop” dos Tape Junk (também disponível em digital) e, uma vez mais, uma nova estreia – os Foreign Poetry com “Grace & Error on the Edge of Now“, primeiro disco da banda e primeiro projecto internacional da editora. Os Foreign Poetry são Moritz Kerschbaumer e Danny Geffin, amigos e colaboradores de Luís “Walter Benjamin” Nunes.

 

Passados dez anos de lançamentos que contribuíram inquestionavelmente para definir uma parte importante da música portuguesa neste inicio de século, a Pataca Discos junta-se à Sony Music Portugal, abrindo um novo capítulo na história da editora. E como sempre aconteceu ao longo destes últimos 10 anos, este novo passo é dado naturalmente, antecedido por acontecimentos que de certa forma o anteciparam: em 2016 os You Can’t Win, Charlie Brown lançaram o seu terceiro álbum através da Sony Music

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